A noiva (miniconto)
A cruz de Carmela é ouvir os seus pais, a parentalha, amigos, e afins; questionar a sua solteirice. Por esse motivo não vai mais a festa da sua família. No aniversário da tia Carmem, irmã mais nova da sua mãe passou o maior vexame. Tia Carlota, a irmã mais velha, convidou o Cláudio, um solteirão, convicto para a festa. E dá-lhe empurrar o moço para ela e ela para o moço. “Sol e lua se encontram nesta festa. É namoro ou amizade? Tem que sair namoro”! O coro das casamenteiras se fazia ouvir a distância. O moço esperou a família se reunir para cantar os parabéns e puxou o carro. Tia Carolina saiu com essa: “Querida sobrinha eu não queria dizer nada, mas ele não foi feito para você”! Carmela dizia que a sua opção neste momento é terminar a tese de doutorado. Doutor, o quê? “Doutorado, é a continuação do mestrado! Mestrado, Carmem? É o que vem depois da faculdade, Carolina! Sei, sei..., mas, pra que ela estuda tanto, Carmem? Logo ela não vai arrumar mais ninguém”! E as tias cruzam e entrecruzam olhares, desesperançados. Neste exato momento: o da desesperança; eis que chegam as tias Carlina, Catarina e Cora. “Desculpe o atraso, mas foi por uma boa causa! Carmela a sua sorte vai mudar a partir de hoje”. As tias estendem um presente embrulhado em papel dourado. Obrigada, mas não é o meu aniversário!? Tudo bem! Abra logo”! A imagem de Santo Antonio, o casamenteiro saltou aos olhos de todos. “Mas, a imagem está defeituosa! Onde está o Menino Jesus? Não, o Menino não subiu aos céus! Fomos nós que o tiramos dos braços do santo. Como!? Carolina, enquanto, a Carmela não arrumar um noivo, o santo não carrega o Menino. Como!? Essa é a última chance, a simpatia vai funcionar. Viva o casamenteiro”!