Um amor plenipotenciário (Parte II)

….Ela muito séria,com um semblante calmo e ao mesmo tempo desapontado,olha nos olhos dele e pede para que coloque o anel na garota com quem se beijava. A garota de imediato estende a mão,ele trêmulo olha para sua amada,parece não ter coragem. Ela insiste,mas ele não consegue e aos prantos implora o perdão a sua amada. Ela sai em silêncio e tranca-se no quarto; a terceira pessoa não mais se faz presente. Ele encosta na porta daquela que sempre fora sua verdadeira paixão e escuta apenas seu choro,neste momento o arrependimento o corroí e cada lágrima derramada por ela provoca nele dores insuportáveis a alma.

A noite ,ela deixa o quarto,ele a vê e propõe aproximação. Ela fria,o ignora. Ele afasta-se e em meio ao desespero, dor e angústia;não sente escapar as lágrimas de seus olhos,pois sabe está perdendo a pessoa que mais ama em sua vida.

O chão se perde num vácuo profundo!

Na manhã seguinte,ele saiu bem cedo para trabalhar,antes porém,bate na porta onde ela está,tentativa fracassada.

Mais tarde,como o quarto dele está vazio,ela leva todos os vasos de flores que havia recebido há poucos dias e,como já estavam murchas são perfeitas para seu plano!

Ela arruma tudo com as rosas,deixa algumas pétalas em cima da cama e espalhadas pelo chão. Bem ao centro da cama ela deixa uma carta,num envelope branco. Depois de ter arrumado tudo,ela sai e junta-se aos demais moradores da casa,que estão na varanda. Já estava lá fazia um tempo, quando vê o carro dele aproximando-se. Ela demora mais alguns minutos por ali,em seguida vai para seu quarto.

Ele vai tomar banho,como faz todos os dias;só que desta vez não será igual,ele mal sabe o que o aguarda. Ao abrir a porta do quarto,logo nota que há algo distinto,vê as rosas e em seu coração reacende uma esperança,nota que há um envelope sobre a cama;sua curiosidade o impulsiona a chegar mais perto. No envelope está a letra de sua amada,que dizia: “UMA HISTÓRIA DE AMOR” Ao ler esta frase ele fica confuso e muito intrigado .Abre o envelope rapidamente,quer saber logo o que há,o que ela escreveu.

A carta dizia o seguinte:

“VIVÍAMOS UMA LINDA HISTÓRIA DE AMOR.PARECIA MENTIRA,MAS SABÍAMOS QUE ERA A MAIS PURA REALIDADE.

COMO EXPLICAR DOIS SERES VIVENDO NA MAIS PLENA HARMONIA?

RAROS FORAM OS MOMENTOS DE DESENTENDIMENTO.COMO ÉRAMOS FELIZES!

ESTAS FLORES QUE UM DIA QRECEBI COMO PROVA DE AMOR, HOJE TE OFERTO COMO PROVA DE MINHA DOR.

NO DIA EM QUE AS RECEBI,ESTAVAM VIÇOSAS;MAS AGORA NÃO CONTEMPLO BELEZA ALGUMA. ESTÃO MURCHAS,CAMINHAM PARA A MORTE,ASSIM COMO A NOSSA HISTÓRIA DE AMOR.”

Após ler estas palavras,impregnadas de amor e ódio,a culpa o domina. Seu lamento pode ser ouvido ao longe. Ela, no quarto em frente,escuta e tal amargura a domina e não contém suas lágrimas que insistem em rolam de encontro ao chão. Afinal,era amor o que sentia e tal sentimento ainda está vivo dentro dela. Apesar da traição,ela o ama com todas as forças de seu ser.

O que era apenas para o fazer sofrer,envolve os dois. É bem verdade que ele está mais descontrolado que ela e entres soluços só é possível escutar “Eu te amo!” e “ Perdoe-me!” Tais fazem a chorar ainda mais.

Não contendo-se mais em seu quarto,decide ir até ele. Mas e sua reação,qual seria?

Agora caminha em direção a ele,ao abrir a porta do quarto,lógico que o encontraria!A indecisão e certeza pairavam ao redor dela.

Seria justo perdoar?Há quanto tempo ele tinha outra?Foi um acidente?Um mal entendido?Perguntas não faltavam em sua cabeça. E a vida segue seu destino!Num ímpeto de coragem ela segue até o quarto,abre a porta e …..e seus olhos encontram-se com os dele como nunca. Ele ajoelha-se e sem que nenhuma palavra seja pronunciada,um sentimento surreal torna mágico este encontro.Não se sabe o que significa este choro,mas que a sensação é de alívio e saudade,ah não tenho dúvidas!

Ele ali ajoelhado aos pés de seu cristal,como num pedido de perdão,seus olhos demonstram arrependimento. Ela ajoelha-se como quem perdoa, seus olhos deixam claro que o amor ainda está ali,vibrante dentro dela. Já se passaram bastante tempo e nenhuma palavra foi ouvida. A esta altura pode-se imaginar que este acontecimento seja o reato de uma linda história que outrora teria o fim como daquelas rosas. Porém agora, trilha agora o caminho da vida e esperança......

Menina dos Damascos
Enviado por Menina dos Damascos em 01/10/2009
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