As noites de Andavour.

....E assim fui pelas noites de Andavour !!

Conheci tuas ruas tão mal iluminadas,e no burburin que tangia o silêncio das madrugadas,me convidavas á teus cabarés e teus recantos mais sombrios. Bebi com tua gente,deitei com teus amantes...E no frio da noite que me envolvias,me deparei com Jean Marvin.Um aventureiro que se hospedara em uma de tuas espeluncas,na parte baixa do ancoradouro. De alta estatura,corpo esguio e definido como entalho de uma escultura,feita por um artesão qualquer. Olhos negros como as noites de Andavour,e voz firme e baixa....

Ainda se íam as duas horas daquela madrugada;quando em um pequeno bar da rua das flores,ele me fitou em sua entrada comum naquele ambiente;e de forma abrupta sentou-se;acenando para a garçonete,fez o pedido costumeiro... O cheiro das cigarrilhas das cortesãs,e dos charutos dos homens toscos e de bolsos cheios de patacas;me traziam as lembranças de minhas viagens a Europa colonial...A música era enebriante. E uma cantora embriagada,contava em suas músicas melodiosas,os contos aventureiros de Paris e seus amantes. Jean nada dizia,enquanto bebia com firmeza e sabor,seu whisk de terceira.

Derrepente,Andavour se fizera a mais linda cidade que já havia estado....Ao fundo mulheres de vida fácil....Cortesãs maravilhosas e castigadas pelas noites sem dormir,ensaiavam um coral ébrio acompanhando a melodiosa música... "Je t'ame Paris...Paris..."

Pedi mais um trago,de meu champagne...Fitei Jean com deboche,e saí pelas ruas,enquanto a fina neve caía por sobre meus ombros desnudos,no vestido bordô que usava...O frio cortava minha'lma,e arrepiava minha pele branca como os flocos que caíam do céu !!

Ele veio atrás de mim...Enquanto a música do pequeno bar ficava para trás,o estampido do salto da bota dele,era como trotar de um marchador em fúria,em busca de sua fêmea.Em uma esquina qualquer...Próximo a uma praça,onde carruagens e seus cavalos,aguardavam o amanhecer;pude avistar senhores que cantarolavam uma marcha civil. Eu caminhava pelas vielas em calçadas de pedra,e minha figura era emoldurada as pressas nas vitrines sem luz...

Ele me alcançara... E com sua mão firme,agarrou meu braço,e sem mais delongas,me apertou contra a parede,travando suas longas pernas entre a minhas;me beijou com furor...Senti o cheiro de tabaco misturado com o alcool mas destilado de sua bebida...E sua língua invadindo meu ser !!! Seu corpo estava quente...Muito quente e viril. Seus lábios carnudos deslizavam meu pescoço com firmeza,desciam até a cova de meus seios,e retornavam a meus lábios com tamanha destreza que mal podia controlar meus pensamentos. Uma porta ao lado foi aberta com sua mão de dedos longos,e me deparei com uma pequena escada,que dava ao porão daquele recinto com cheiro de perfume barato... Deitada na cama,em um colchão de capim;assistia assustada pelo pequeno vitral,a neve que caía agora intensamente...Me sentia sem forças...E Jean lambia meu corpo nú como um gato se deliciando em doce pecado...Dedicava versos de uma poesia barata,enquanto cavalgava sobre meu sexo,e delirava em seu prazer... Andavour...Andavour... Tua noite me deleita,teus homens me desejam...E aqui estou...Quero teus amantes....Quero que me leve em tuas noites....Noites de Andavour !!

Desejando um pouco mais ?

Na próxima...

Perry Mouriath.

PERRY MOURIATH
Enviado por PERRY MOURIATH em 20/09/2009
Reeditado em 20/09/2009
Código do texto: T1821592
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