A SIMPLICIDADE DO AMOR > * <
Sinhã Maria tava cum dor nu peito.
Nada prela tava bão.
É tonho seu maridu que caiu na prantação.
Ele tinha um probrema de purmão, mais coitado dava jeito não! tinha que trabaiá pra os fios sustentá.
E Maria a probezinha que ficava im casa á rezá pro tonho logo, logo, chegá. Memu cum toda simpricidade a vida deles era tão bão, num tinha confortu mais tinha amó um pelo outro.
E a tardinha cuase ao anoitecê,chega tonho inté mancano, pois a bota aperta o pé, e outra num dá pra comprá.
Mas a dor torna-se nada ao ver Maria de braço bem aberto e um sorriso largo a esperá.
Que num só salto pula no cangote de tonho, ele esquece o dia duro o cansaço e a fome.
Num só afago tranca num beijo cum Maria.
Ele sujo pela lida de terra e de suor, ela suja de carvão de cuzinhá na lenha.
Mas o brilho no olhar dos dois fez tudo crariá.
E o amor não tem luxo, não tem raça, não tem côr.
O amor é só apenas o que é o amor.