A SIMPLICIDADE DO AMOR > * <

Sinhã Maria tava cum dor nu peito.

Nada prela tava bão.

É tonho seu maridu que caiu na prantação.

Ele tinha um probrema de purmão, mais coitado dava jeito não! tinha que trabaiá pra os fios sustentá.

E Maria a probezinha que ficava im casa á rezá pro tonho logo, logo, chegá. Memu cum toda simpricidade a vida deles era tão bão, num tinha confortu mais tinha amó um pelo outro.

E a tardinha cuase ao anoitecê,chega tonho inté mancano, pois a bota aperta o pé, e outra num dá pra comprá.

Mas a dor torna-se nada ao ver Maria de braço bem aberto e um sorriso largo a esperá.

Que num só salto pula no cangote de tonho, ele esquece o dia duro o cansaço e a fome.

Num só afago tranca num beijo cum Maria.

Ele sujo pela lida de terra e de suor, ela suja de carvão de cuzinhá na lenha.

Mas o brilho no olhar dos dois fez tudo crariá.

E o amor não tem luxo, não tem raça, não tem côr.

O amor é só apenas o que é o amor.

Lee Nunes
Enviado por Lee Nunes em 29/08/2009
Reeditado em 26/11/2009
Código do texto: T1782027
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