Lua e Ana
O céu desabava num lindo pôr-do-sol. E o azul que outrora havia, foi desbotado com manchas laranja. Que riscavam o céu. Como um pintor que risca uma tela. Num vai e vem de uma valsa muda.
Nas ruas, os primeiros sinais de luz nasciam de postes com lume incandescente. Surgiam os primeiros casais que andariam de mãos dadas por toda a noite. Surgiam crianças que brincavam de ser livres pelas ruas, e senhoras que sentadas em suas cadeiras, fofocavam a noite inteira.
Aos poucos, podia se ver as primeiras estrelas – que pareciam tímidas onde estavam. Podia-se contá-las. Depois, eram milhares, e as contas eram impossíveis – pois choviam estrelas no céu. – e os sonhos pairavam no ar.
Alguns raios de luz invadiam o quarto pela janela entreaberta. E as paredes, agora eram decoradas por formas estranhas, que davam asas a minha imaginação. A lua se impunha lá fora. E a sua luz, queimava a solidão que havia. A minha.
... Se me perguntarem por quem penso, direi: “Lua e Ana”.
(Ismael Alves)