Frio a sós

Éramos dois.

Unidos de corpo e alma por uma linha tênue chamada amor. Amor de verão, quente e molhado. Embalado pelo calor de dois corpos que insistiam em se atrair.

Éramos dois na primavera de flores e rosas perfumadas.

Éramos ainda dois, eu e ela, no outono de cores pálidas e sem vida. Na turbulência dos ventos e na reconciliação iminente.

Mas eis que de súbito ela se foi.

E então veio o inverno.

Foi-se o calor do amor de verão, também o perfume das rosas e as noites pálidas de brigas e conciliações.

Restou-me a saudade, restou-me o frio.

(Este é um dos textos que se encaixa numa modalidade de contos da qual eu sou fã: os microcontos. É uma forma de narrativa incrível, onde mundos, personagens e suas tramas ou sentimentos devem ser descritos em poucas palavras de forma concisa. Um exercício e tanto. Obrigado aos que lerem e os comentários serão aproveitados.)

G Gonzalles
Enviado por G Gonzalles em 24/08/2009
Código do texto: T1772023
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