Me apaixonei por um bezerro
Não é a toa que vivam me dizendo:
- Se cuide mais, de valor as coisas pequenas...
E foi escutando estes conselhos que decidi viver a vida.
Comecei a fotografar paisagens, insetos animais, que me apaixonei por um bezerro, sim um bixinho lindo, perfeito a cada olhada. Me deparei com a beleza de uma simples coisa feita por deus.
Pensava que o modo em que vivera era o bastante, vivia correndo, não comia direito, dormia cedo e acordava tarde, mudei geral, desde as roupas da gaveta a comida da geladeira.
Meu Deus! Parece que quando se vê perdendo algo muito importante, nos vemos precisando fazer muitas coisas, e até prestando atenção em coisas que provavelmente nunca prestamos nem sequer um segundo, por causa da correria. E foi em um dia desses que comecei a prestar atenção em tudo que pra mim era insignificante.
Estava viajando, na auto estrada estava escuro, parecia que era umas cinco da manhã, precisava entregar um relatório ao meu chefe, que por sinal dependera muito de mim, quando em um certo ponto da estrada o meu pneu furou, fiquei desesperada, e lembrei toda aula de como trocar um pneu que o Tonho tinha me dado o borracheiro gente boa, bom parei no acostamento, e rezei para que desse tudo certo, desci do carro, abri o porta malas, peguei a caixa de ferramentas e o macaco, retirei o estepe bem antes de levantar o carro, retirei as porcas, ainda bem que levei duas tábuas de madeira na caixa de ferramentas para travar a roda do lado contrário do pneu furado, e tinha uma chave de roda além da chave que vem com o carro. É mais prática e muito mais fácil de usar, a minha sorte é que sempre tinha um par de luvas comigo, porque adoro plantar.
Pneu trocado, e segui viagem, acendi os faróis ao máximo, quando derrepente olhei de relance e vi algo enorme e escutei um barulhão, rezei para que não fosse nenhuma pessoa. Parei o carro desci e vi que tinha atropelado uma vaca, e pra ajudar ela estava morta, fiquei desesperada pensei em leva-la a um veterinário mais nem tirar ela do chão eu conseguia, e ao mexer nela reparei que sua barriga estava mexendo, ai que me desesperei mais, parecia que tinha uma coisa querendo sair de dentro dela, e tinha razão, vi que não tinha escolha, voltei ao porta mala, peguei uma faca e abria a barriga da vaca, e ao fazer isso o pequeno bezerrinho saiu de lá, quando vi suas patas da frente, força o pobre orfão tinha sobrevivido, e com uma toalha limpa, retirei o muco do nariz e da boca para que ele não seja inspirado para os pulmões quando começar a respirar , era tão forte pensei comigo que se dane o meu chefe, vou leva-lo a um veterinário, cobri o pobre coitadinho, com umas mantas que levava no carro.
Não pensava em mais nada só em ver aquele bixinho bem, ao chegar a veterinária, ela me fez muitas perguntas e foi levando ele lá pra dentro, aproveitei e fui ao banheiro a minha roupa que era branca estava ensangüentada do sangue daquela pobre vaca.
E logo saiu a veterinária com ele, mais ou menos meia hora após o nascimento foi que consegui encontrar um veterinário, o bezerro estava em pé e mamando, se ele não conseguisse eu não sei o que faria, ele era forte e iria sobreviver, ela disse que teria que encaminhar ele para um centro aonde ele fosse cuidado como merecia, como eu já havia pensado em tudo entreguei o endereço da chácara da minha mãe, mais eu não pensei duas vezes e o levei.
Ele parecia feliz, e então comecei a chama-lo de Stiven o forte, era o nome ideal para ele. Ele se adaptou bem com os meus pais, pedi demissão, e hoje vejo que as melhores coisas são aquelas que de tão pequeninas como Stiven fazem a diferença, agora fotografo e vivo com bichos, por trabalhar a mais de vinte anos na empresa, consegui um bom dinheiro e ele foi revertido a animais abandonados e sem lares, hoje com o dinheiro que recebo de pessoas maravilhosas e com muito amor no coração compramos quatro fazendas aonde é o lar desses que não fazem mal a ninguém. E o Stiven completa hoje cinco aninhos ao meu lado, meu melhor amigo.