CALEIDOSCÓPIO PARA VER LUCY

Inexistente no deserto, encontrei uma margarida e movido pela paixão dei a Lucy. Não me encantei de imediato pela planta, posto que, ao comê-la, Lucy não fez diferente daquilo que eu faria.

Saciada, movidos pela rudimentariedade de nossos raciocínios, rolamos no calor da Etiópia. Nossa pelagem nos protegia, ainda assim no toque sentia sua pele sob os pêlos.

Meu intelecto precário, pobre Australopithecus que era, não a beijei, não a elevei a um céu de estrelas.

Coito consumado, hoje, assando marshmallow, Raymond Dart profana nosso ninho.

No céu, eu futuro, procuro nas estrelas seus olhos de caleidoscópio e não encontro. Foi levada pelas flores. Hoje carbono, o minuano sopra seu eco.