Vote No Final - Rogério deve assumir Felipe como seu filho? - CAP I

O Filho de Papai Noel!

O casarão dos Albuquerques era imponente na cidade pequena do interior de Minas, ainda mais nessa época do ano, onde D. Marguarida abria mão de toda sua sovenice para caprichar nas decorações e fazer das festas natalinas um momento inesquecível para seus netos, foi algo que prometera ao seu marido no leito de morte, há pelo menos 5 anos atrás, agora administrava a fazenda de gado ao lado da filha mais nova, Solange, uma solterona de 30 anos que tinha um filho de oito, fruto de uma aventura da capital, um desgosto para a família, atenuado pela doçura de criança que nascera desse deslize de caráter como insistia em dizer D. Margarida nos momentos de controvérsias entre as duas.

Mas o clima na casa era de festa, hoje chegaria Soraya, a filha mais velha, casada com um empresário da capital tinha dois filhos e viriam uma semana antes do Natal para aproveitarem as festas, Rogério conseguiria se afastar dos negócios para dar um pouco de atenção à sua família, seu casamento estava entrando em crise e não queria que terminasse como os do seus pais, uma separação com filhos adolescentes, prestes a entrar na faculdade, tendo que lidar com problemas cada vez mais complexos.

Quando chegaram ao casarão a festa foi grande, os empregados já estavam colocando a mesa do almoço e após os abraços para matar a saudades e as idas ao banheiro para matar a necessidade da longa viagem todos foram sentar a mesa muito excitados, falavam ao mesmo tempo e estavam ansiosos para saberem o que haviam pedido ao papai Noel, até os adultos e adolescentes entravam na fantasia, era bom reviver aquele momento de fantasia, mas o que intrigava a todos era que o mais indicado a se entusiasmar com a molecagem do Natal parecia triste, Felipe, o filho de Solange não parecia animado e quando respondia às perguntas do que queria ganhar, era com um sorriso amarelo e uma frase ensaiada de "carrinho", Rogério ficou intrigado, mas logo distraiu-se em conversas sobre negócios com sua sogra e o almoço correu normalmente até que a tarde todos foram aproveitar o sol na piscina.

Na piscina todos se divertiam num jogo improvisado de aquabol, Felipe estava mais animado e Rogério estava ao telefone no bar do deck com sua secretária, Soraya passou por ele e disse que ia aproveitar para descansar um pouco na suite. Quando desligou, Solange sentou ao seu lado e serviu-se de um suco que a copeira havia acabado de colocar na bandeja, ela era uma morena que chamava atenção, muito mais bonita que a irmã, Rogério não gostava de ficar muito à sós com ela, sentia um desejo que preferia reprimir, tinha uma pele bronzeada, uma boca carnuda e os olhos verdes, suas bochechas eram salpicadas por pintinhas, seu nariz pequeno e fino davam um tom sapeca aos olhos verdes e marotos dessa mulher que para ele nunca deixaria de ser aquela lolita que há oito anos passou uns dias em sua casa, na capital.

- Felipe já está um homem, daqui a pouco está trazendo namoradas para apresentar a você!

Solange, olhou nos olhos de Rogério séria, parece não ter gostado do que disse, ou no tom que disse.

- Te espero na varanda da sala hoje à meia-noite, temos algo sério a conversar.

Ela o deixou atônito vendo-a partir, seu rebolado o deixou ainda mais saudoso, não sabia se era por estar em crise com Soraya ou se realmente estava com saudades de Solange, mas seu corpo novo e correto naquele biquini o fez pensar que por ela poderia largar tudo, assumir tudo, até mesmo um erro do passado.

Um grito chamou sua atenção, Sara e Daniel, seus filhos saiam da piscina com Felipe no colo, na brincadeira ele teria cortado o dedo do pé na quina de um dos degraus da escada interna, desesperada Solange já corria em direção ao filho, Rogério pegou a chave do carro e os dois o levaram para o PS da cidade, não falaram mais nada durante todo o trajeto, na cabeça de Rogério aquela cena era o que ele acabara de imaginar os três fugindo, de tudo e de todos.

No PS Rogério ficou esperando na recepção enquanto Solange acompanhava Felipe na sutura, seu celular não parava de tocar, do escritório, de casa, era um inferno, ele com mil coisas na cabeça queria se livrar de tudo e poder pensar somente em Solange e em Felipe, estava angustiado. Foi quando uma enfermeira veio chamá-lo, pediu que o acompanha-se, quando entrou na sala de sultura Solange estava ainda mais linda, havia chorado, não pela gravidade do ferimento, mas certamente por não ter alguém ao seu lado nesses momentos, ele queria poder estar abraçando-a agora.

- Rogério, você poderia ficar com Felipe por favor, vou buscar um suco e um lanche para ele, como ficou muito assustado precisa comer algo.

- Claro, e ae garotão, pronto pra outra?

Felipe sorriu e negou com a cabeça, Solange sorriu e deixou os dois à sós, Rogério aproximou-se e perguntou sobre a escola, amigos e garotas, Felipe respondeu como um garoto de 8 anos, tirou algumas gargalhadas do tio e logo ficou triste novamente, o que preocupou Rogério.

- Me parece que você não está muito feliz com o que o papai noel vai lhe trazer esse ano, você quer algo diferente, mas não quer pedir?

- O que eu quero minha mãe disse que ele não pode me trazer...

- E o que é? Quem sabe eu possa lhe ajudar?

- Eu queria saber onde está meu pai, queria que ele fosse legal como o senhor.

O chão faltou a Rogério nesse momento, Solange estava na porta do quarto e ouviu tudo, eles se olharam e não souberam o que responder, com uma tristeza muito grande no peito Felipe deixou que as lágrimas rolassem em sua face infantil e seu peito doeu explodindo toda a angustia de não ter um pai para dar a atenção que seu tio dava aos seus primos.

Você acha que Rogério deveria assumir Felipe como seu filho?