DANÇANDO A LUZ DO LUAR

A noite estava quente e abafada, era verão, a brisa trazia um forte cheiro de maresia, e as ondas batiam no navio, fazendo um barulho melódico, de vais e vem, e uma atmosfera sensual se fazia no ar.

No salão, a música suave e ritmada toca acordes melódicos, a letra fala de um amor de há muito postergado,o sonho se realiza, os dois dançando no salão do navio, apaixonadamente.

Ele, alto, olhos castanhos, que são inconfundíveis, ombros largos e fortes, os traços do rosto firmes, os lábios carnudos, transmite carisma e sensualidade embora talvez não perceba a magnitude.

A voz de um timbre baixo, quase que gutural, um homem de meia idade que tem uma determinada elegância, e que distribui seu charme para todos.Personalidade forte, acostumado a dar ordens e ser obedecido, traz consigo uma vida de grandes lutas, e muitas vitórias.Um homem bem sucedido na vida.

Usa um smoking preto, os cabelos penteados com perfeição, camisa branca, usa um perfume seco, misto de terra e de almíscar.

A vida é uma viajem curta,em que não existem paradas, e nem há bilhete de volta, e o destino lhes presenteou a sorte, de se encontrarem novamente depois que foram para universidade e casaram.

Tiveram um começo assaz diferente, quando ele entrando num site de relacionamentos da internet a achou como assinante, mandou-lhe um email, que foi o primeiro contacto, e o segundo ele enviou com o nome de veneração.

Trocaram várias correspondências, num sábado chuvoso de verão, eles se encontraram e,no momento de ir embora, ele lhe beijou, um beijo intenso, com ardor, que mudou a trajetória da sua vida, e foi mágico.

A intensidade daquele beijo,a deixou assombrada, parecia que era a primeira vez que se tornava fisicamente consciente da presença de um homem na sua vida, não um homem qualquer, mas ombros largos,que a convidaram a aninhar-se entre eles; naquele instante entendeu que iria se apaixonar irremediavelmente.

Ela, morena, alta e esguia, usa um Dior branco, acima do joelho, que deixam a mostras umas pernas bronzeadas e bem torneadas. Cabelo escuro nos ombros, um rosto bonito, olhos muito expressivos, e com um bonito porte. Mulher sensual, educada, transparece uma finura própria, um jeito elegante de andar, e de falar. Independente, mas sente as suas próprias carências, esta irremediavelmente, incondicionalmente apaixonada.

A música para, ele passa as mãos pelo seus ombros e se dirigem ao convés, sentem a brisa que afasta um pouco o calor da noite especial de verão. A gravata esta um tanto apertada e, ela o ajuda a tirá-la, gentilmente e meio embaraçada,ela lhe desabotoa o primeiro botão da camisa. Melhor assim disse ele, esta muito quente, e esta me apertando.

Com as suas mãos fortes a enlaça pela cintura, e começam num ritmo lento a dançar ao som de uma música que toca indolentemente, e vem da orquestra lá de dentro.

A letra da música os convida a viajar nesse sonho, e se embriagam um ao outro com a suas próprias

presenças.

O céu está coberto de estrelas, que faiscão como se foram brilhantes, e a lua se faz prata para se tornar luar, há um clima de sedução, um ar denso carregado de paixão no ar.

Ele inspirou um pouco daquele ar misturado de maresia e do perfume dela, a emoção era tanta que estava inebriado com a sua presença, pega do bolso uma pequena caixa que lhe entrega, dizendo que os diamantes são eternos, tal qual deve ser o amor deles.Ternamente, lhe abraça, e olhando dentro dos seus olhos ,lhe sussurra baixinho, numa voz morna: você é minha, e eu te amo.

Sem saber muito o que dizer, abre desajeitadamente a pequena caixa, e lá esta o brilhante mais perfeito que já vira; meio sem jeito, agradece, quando ele coloca o anel no seu dedo.

Então lentamente, ele a enlaça novamente pela cintura, a música traz de longe uma canção de amor.

Seus olhos se encontram, parecem hipnotizados um pelo outro, a música continua cada vez mais lenta, ele desliza então as suas mão pelos seus cabelos macios, seus dedos se perdem naquela cortina escura, inclina-se para beijá-la nos lábios que estão sequiosos, esperando esse beijo há muito tempo.

A boca entreaberta é convidativa e absolutamente deliciosa, o corpo bem feito, o quadris arredondado, parece se encaixar deliciosamente ao seu, ele a abraça mais fortemente, com a mão, vai tirando umas mechas que teimam em vir passear pelo seu rosto por causa do vento.

Subitamente percebe que ela esta com frio, tira o paletó, coloca sobre os seus ombros, a abraça e tenta agasalhá-la com o seu corpo quente, faíscas de calor e desejo percorrem seus corpos.

Suavemente ele lhe diz para irem para a cabine, coloca as mão em seus ombros; o ambiente esta todo decorado. Sobre a cadeira uma cesta de acessórios para casal em lua de mel: pintura para o corpo em várias cores,uma lindíssima lingerie verde, loção corporal, óleo para banho, e livros sobre os prazeres da terapia da massagem e do toque.

O ruído das ondas quebrando contra o navio, o ambiente aconchegante, só os dois na penumbra. O contato da mão dele é magnético, e transmite um clima sensual, exasperador, pleno de promessas que viram a acontecer.

Ele a traz para junto do seu corpo suavemente, e descobre que ela esta um pouco ruborizada, e brinca que ela fica mais bonita quando esta com o rosto vermelho.

O seu sangue dispara, e ele gostaria de poder reduzir a sua velocidade, o martelar das pulsações que em suas veias latejam.

Devagar sem tirar os olhos dos dela, ele se inclina para ela, que fica incapaz de se mexer, mesmo que quisesse. Ela houve o som da sua respiração acelerada, e observa os traços do seu rosto másculo, o cabelo, já um tanto em desalinho faz com que ele se torne mais viril, suas bocas se procuram com avidez.

Ela sente novamente a sensação consciente da presença física daquele homem viril, do quanto seus olhos são reveladores, a eletricidade que os envolve é devastadoramente sensual.

Seu coração se acelera, seus seios indóceis no seu peito ofegante concentra as atenções dele , de longe, a música convida para o amor.

Então, ele desce a mão pelos seus ombros, sua pele é macia, e explora com sensualidade as suas curvas,até apertar novamente seus quadris contra as suas pernas. Ofegante ela começa a desabotoar a sua camisa, e ele delicadamente lhe tira o vestido.

Arfam os dois com a vontade insatisfeita, com a premência da entrega total. Há pressa e não paz nos seus olhares. Ele a pega no colo e a deposita suavemente na cama, e nos momentos seguintes se faz vertigem pela qual ela tanto ansiara e que nos seus braços torna-se incontrolável.

E num insigt profundo, ele descobre que além de desejá-la muito, a ama para todo o sempre. Sente-se imensamente feliz, por sentir este amor que transcende , e que também é correspondido.

Na mesa a champagne espera, o céu esta enfeitado de estrelas,e as ondas continuam a bater contra o casco do navio, a noite é quente é própria para o amor.

Ele esta calmo,confiante,aparentemente sem a necessidade de dizer alguma coisa, apaga as luzes, e na penumbra daquele quarto iluminado apenas pela luz do luar, é o último pensamento que tem...O tempo para...Só existem os dois...desejo, arrebatamento, súplicas, de prazer, para depois ser puro êxtase...

Kathie Manfron

Maio de 2009.