ESTÓRIAS DE UM ADÚLTERO - PARTE 1 (CLÁUDIA)

Existia uma época que não conseguia entender porque alguém era capaz de trair.

Pra mim era algo inconcebível.

Curiosamente, pouco tempo após eu estar casado, comecei a entender os motivos que levam um homem procurar outra mulher.

Era o final de 1996. Seu nome era Cláudia, e ela trabalhava na mesma empresa que eu.

Ela também era casada e tinha uma filha de 6 anos.

Num certo dia eu mandei uma mensagem dizendo que ela era uma gracinha. Não obtive resposta nenhuma.

Na hora de ir embora pegamos o mesmo elevador, mas ela nem olhou pra minha cara.

No dia seguinte eu liguei pra ela, buscando avaliar qual foi o impacto causado.

Ela disse que tinha ficado constrangida e com "raiva" de mim.

Os dias seguintes não tiveram grandes novidades, até que um dia eu a convidei pra almoçar. Para a minha surpresa, ela aceitou.

Nosso almoços viraram rotina, e eu comecei a me envolver demais com ela.

Chegou um momento que a situação ficou insustentável.

Ela se mostrava irredutível e eu estava cada vez mais apaixonado.

Eu percebia em seu olhar a grande luta que existia no seu interior.

Fiquei tão alucinado por ela e não conseguia mais almoçar, nem jantar.

Emagreci sem fazer regime, mas com muito sofrimento.

Tentei várias vezes beijá-la, mas não tinha sucesso.

Eis que num belo dia fui informado pelo meu chefe que eu seria transferido pra outra agência, na zonal sul de SP.

Meu mundo desabou.

No meu último dia chorei feito criança na hora de ir embora.

Eu ligava pra ela todo dia, e ironia das ironias, ela parecia que agora também estava apaixonada.

Nos encontramos numa festa de final de ano da empresa. A todo custo eu tentei evitá-la, mas ela mesmo veio me procurar.

Perguntou se eu tinha esquecido dela, e eu respondi que não.

No final das contas jamais consegui sequer dar um beijo nela.

Minha primeira traição ficou apenas no pensamento, no coração e na intenção.

Porém, todas as outras foram diferentes.

Estórias picantes estão por vir.