Historinha de amor
Todos os dias era a mesma coisa.Rodrigo esperava que a vizinha descesse para sua caminhada diária e ele a seguia com o olhar da janela de seu prédio.Assim que a moça dobrava a primeira esquina, ele começava o mesmo trajeto, mas sempre mantendo uma considerável distância.Já fazia quase dois meses que esse interesse pela vizinha surgira na vida de Rodrigo.Foi como se de repente, o sol voltasse a brilhar depois de muitos dias de tempo encoberto.Separado há quatro anos, saiu da casa da ex-mulher, deixando tudo para trás: filhos, projetos, os cds favoritos, as roupas...No momento que percebera que a relação dos dois já não tinha salvação, tratou de buscar um canto, do outro lado da cidade e recomeçar do zero.O primeiro ano foi doloroso, quase trágico.Depois, com a ajuda de alguns amigos e com a dedicação total ao trabalho, foi se recuperando aos poucos.Passou a ver os filhos semanalmente.Os dois garotos o amavam de verdade e Rodrigo passou a viver exclusivamente para eles.Era nos finais de semana, quando os levava a passear que percebia o quanto sua vida estava atrelada àqueles doces momentos.E foi assim durante os quatro anos de separado.Nenhum contato com outra mulher.Afinal gato escaldado...
Naquela manhã de sábado, ao ver a moça ruiva com roupa de ginástica descendo a avenida em que morava, Rodrigo a seguiu com um olhar de interesse há muito esquecido.E ficou ali à espreita, olhando até que ela desapareceu ao dobrar a esquina.Nos outros dias, passou a esperá-la no mesmo horário e olhá-la de longe.Até que um dia se atreveu a segui-la na caminhada.Assim fez por duas semanas até que teve coragem de apertar o passo e ficar par a par com a moça ruiva.Então pôde começar um diálogo com ela.De modo um pouco acanhado, perguntou-lhe o nome e ficou sabendo que se chamava Luísa.A partir daí, a conversa foi tomando um rumo leve e tranquilo.No final da caminhada, era como se tivessem se conhecido há muito tempo.Luísa também era separada ,fazia cinco anos, sem filhos e morava no prédio ao lado de Rodrigo (feliz coincidência).Os dissabores de ordem afetiva eram coisa do passado.As feridas estavam cicatrizadas e o coração desocupado já estava pronto para ser preenchido novamente.Alívio para Rodrigo que precisava muito de um pouco de leveza em sua vida.Desse dia em diante, durante quatro semanas, os encontros dos dois se resumiram ao horário da caminhada.O tempo passava rápido, entre um caso e outro e muitas risadas.Até que...
Noite de sábado.Lua cheia no céu, linda e inspiradora. Pela janela ,Rodrigo pensava em Luísa.Ela ali do lado, tão perto...Não resistiu e ligou para ela.Celular desligado.Decepção.Insegurança.Poxa! Por que ela desligou o celular? Onde será que ela está e com quem? Abriu uma garrafa de vinho e começou a degustá-lo lenta e angustiadamente.Para aumentar suas inquietações, colocou um cd que adorava e repetiu à exaustão "She" de Charles Aznavour.Ligou de novo...nada.Outra vez...nada.Já estava na segunda taça de vinho quando fez mais uma tentativa.Ligou e..."Alô, quem está falando?" Respiração ofegante, disfarçou a voz para que não parecesse trêmula de emoção.Ousou.Convidou-a para tomar o vinho com ele em seu apartamento.Luísa aceitou de pronto.Em cinco minutos lá estava ela.Cabelos revoltos, calça jeans e camiseta colada ao corpo, lábios com um suave batom e o delicado perfume que era a sua marca registrada.O cheiro dela já fazia parte da memória afetiva de Rodrigo desde a primeira vez que a viu passar por ele para a sua habitual caminhada e sentira emanar de seu corpo aquela fragrância de pura sensualidade.
Quando Luísa entrou naquele apartamento sóbrio, despojado de enfeites, tão diferente do seu, que era colorido como o seu jeito de ser, sentiu uma emoção forte e deliciosa.Os dois se aproximaram e, ao som da música de Aznavour, se entregaram aos apelos do desejo acumulado em todos esses dias de contatos à claridade do dia, tão rápidos e tão verdadeiros.E foi apenas com a luz do luar que entrava pela janela da sala que os dois se abraçaram e se beijaram como há muito tempo não faziam.
Explosão dos sentidos? Carência acumulada? Química tão somente? Talvez tudo isso ou nada mais que o início de uma bela história de amor.
Todos os dias era a mesma coisa.Rodrigo esperava que a vizinha descesse para sua caminhada diária e ele a seguia com o olhar da janela de seu prédio.Assim que a moça dobrava a primeira esquina, ele começava o mesmo trajeto, mas sempre mantendo uma considerável distância.Já fazia quase dois meses que esse interesse pela vizinha surgira na vida de Rodrigo.Foi como se de repente, o sol voltasse a brilhar depois de muitos dias de tempo encoberto.Separado há quatro anos, saiu da casa da ex-mulher, deixando tudo para trás: filhos, projetos, os cds favoritos, as roupas...No momento que percebera que a relação dos dois já não tinha salvação, tratou de buscar um canto, do outro lado da cidade e recomeçar do zero.O primeiro ano foi doloroso, quase trágico.Depois, com a ajuda de alguns amigos e com a dedicação total ao trabalho, foi se recuperando aos poucos.Passou a ver os filhos semanalmente.Os dois garotos o amavam de verdade e Rodrigo passou a viver exclusivamente para eles.Era nos finais de semana, quando os levava a passear que percebia o quanto sua vida estava atrelada àqueles doces momentos.E foi assim durante os quatro anos de separado.Nenhum contato com outra mulher.Afinal gato escaldado...
Naquela manhã de sábado, ao ver a moça ruiva com roupa de ginástica descendo a avenida em que morava, Rodrigo a seguiu com um olhar de interesse há muito esquecido.E ficou ali à espreita, olhando até que ela desapareceu ao dobrar a esquina.Nos outros dias, passou a esperá-la no mesmo horário e olhá-la de longe.Até que um dia se atreveu a segui-la na caminhada.Assim fez por duas semanas até que teve coragem de apertar o passo e ficar par a par com a moça ruiva.Então pôde começar um diálogo com ela.De modo um pouco acanhado, perguntou-lhe o nome e ficou sabendo que se chamava Luísa.A partir daí, a conversa foi tomando um rumo leve e tranquilo.No final da caminhada, era como se tivessem se conhecido há muito tempo.Luísa também era separada ,fazia cinco anos, sem filhos e morava no prédio ao lado de Rodrigo (feliz coincidência).Os dissabores de ordem afetiva eram coisa do passado.As feridas estavam cicatrizadas e o coração desocupado já estava pronto para ser preenchido novamente.Alívio para Rodrigo que precisava muito de um pouco de leveza em sua vida.Desse dia em diante, durante quatro semanas, os encontros dos dois se resumiram ao horário da caminhada.O tempo passava rápido, entre um caso e outro e muitas risadas.Até que...
Noite de sábado.Lua cheia no céu, linda e inspiradora. Pela janela ,Rodrigo pensava em Luísa.Ela ali do lado, tão perto...Não resistiu e ligou para ela.Celular desligado.Decepção.Insegurança.Poxa! Por que ela desligou o celular? Onde será que ela está e com quem? Abriu uma garrafa de vinho e começou a degustá-lo lenta e angustiadamente.Para aumentar suas inquietações, colocou um cd que adorava e repetiu à exaustão "She" de Charles Aznavour.Ligou de novo...nada.Outra vez...nada.Já estava na segunda taça de vinho quando fez mais uma tentativa.Ligou e..."Alô, quem está falando?" Respiração ofegante, disfarçou a voz para que não parecesse trêmula de emoção.Ousou.Convidou-a para tomar o vinho com ele em seu apartamento.Luísa aceitou de pronto.Em cinco minutos lá estava ela.Cabelos revoltos, calça jeans e camiseta colada ao corpo, lábios com um suave batom e o delicado perfume que era a sua marca registrada.O cheiro dela já fazia parte da memória afetiva de Rodrigo desde a primeira vez que a viu passar por ele para a sua habitual caminhada e sentira emanar de seu corpo aquela fragrância de pura sensualidade.
Quando Luísa entrou naquele apartamento sóbrio, despojado de enfeites, tão diferente do seu, que era colorido como o seu jeito de ser, sentiu uma emoção forte e deliciosa.Os dois se aproximaram e, ao som da música de Aznavour, se entregaram aos apelos do desejo acumulado em todos esses dias de contatos à claridade do dia, tão rápidos e tão verdadeiros.E foi apenas com a luz do luar que entrava pela janela da sala que os dois se abraçaram e se beijaram como há muito tempo não faziam.
Explosão dos sentidos? Carência acumulada? Química tão somente? Talvez tudo isso ou nada mais que o início de uma bela história de amor.