Um final feliz

UM FINAL FELIZ

Quem pode entender as coisas do coração? Razões! Extremos pontos de cruzamento entre o real e o mundo dos sonhos pelo qual somos envoltos. Aqueles sonhos de liberdade, paz e de m amor do outro mundo. Sim! Do outro mundo mesmo, aquele que exprime os sentimentos que sentimos que supra as necessidades que as nossas carências espera. Enfim, será que isso existe ou é uma temeridade experimentar. Em um mundo falido de verdades, no derradeiro apocalipse social eu olhei para o alto e vi um clarão se assomando, caindo e destruindo tudo aquilo que um dia se chamou família. Nada restou a não ser cinzas e sobre elas um casal com poucas roupas se excediam em lascívia ao som de uma musica estridente bailavam como se brindassem à destruição...

A manhã chegou muito cedo, mais não a luz do sol, acreditava haver passado a noite inteira tentando dormir, porém, tinha novidades de algo que atormentava e não sabia ser sonho ou realidade. Havia tido paixões seriais que lhe prenderam sua atenção à custa de quase todas as coisas. A sua existência sem sentido fora um centro para vida independente que enfatiza a valorização e o encontro com a verdadeira felicidade. Mais o sonho da noite anterior e o momento critico que estava vivendo quando perdeu a fé desacreditando em si mesmo noticiava uma poderosa tempestade, uma enxurrada de paixões a percorrer a sua mente e a comprimir o seu coração fazendo tremular o seu corpo como se fosse arrebatado por uma inesperada rajada de vento vindas do oeste seguido de um aguaceiro de grandes proporções. Ainda em reflexão ele abriu os olhos, esfregou o dorso das mãos sobre o rosto e abriu a pequena janela do pequeno cômodo deparou-se com um urubu que do alto de um poste de iluminação publica parecia espreitar o largo em busca de comida. Incontinenti ele caminhou para a Rua e deslocou-se até a pracinha, observou o vento curvando as figueiras, havia abundancia de folhas nas arvores e quando cada ramo se agitava, o vento arrancava e levavam algumas delas embora. Então, imaginou os amigos e na fiel balança do próprio juízo pensou: você nunca sabe quantos amigos tem até começar a distribuir dinheiro nas ruas ou ser visitado por uma desgraça repentina.

A sua morada hoje se compunha e um minúsculo quarto com um banheiro simples e a mobília se resumia a uma cama de solteiro, uma cômoda cujos pegadores gastos pelo uso e uma mesa feita de caixotes com uma cadeira de plástico onde repousava uma caneta, folhas de papel soltas e um radio de pilhas. Como companhia, além de lembranças quer boas ou má, a idade avançada e o abandono...

Mais ele tinha em mente um plano, uma quase esperança quem sabe talvez se concretizasse e que ele voltasse a ter a pujança da juventude e a beleza que reflete essa estação da vida, pudesse ainda correr, ver campos floridos, ter novamente uma família ou quem sabe, uma mulher que o amasse. A essa altura era difícil, mais quem sabe, as mulheres também envelhecem continuando belas e experientes mais pelo sofrimento que pela idade.

Ele fez naquele dia o mesmo caminho de sempre pelas ruas seculares e calçadas com pedras irregulares e foi até ao cais, o mesmo porto que no passado embarcara as celebridades para a Europa, e que agora era além de um lugar de contemplação apenas um cartão postal de uma cidade de muitos atrativos. Além do antigo armazém hoje transformado em algum centro cultural. Ele agora pisava no antigo píer que se sustentava em pilares incrustado de cracas e anêmonas marinhas que floresciam na água sombreada da maré enquanto outras pendiam murchas nos pilares de formas variadas. Quando já se encontrava na beira ouviu uma garça grasnando sobre a enseada e assistiu ao seu vôo bombeando o seu corpo ao longo da superfície do canal. Eu estava tão envolto em meus pensamentos que não percebi o seu caminhar sorrateiro e ao chegar-se a mim, incapaz de pensar em outra coisa a não ser o seu amor, cuja erupção vulcânica fez com que ela comprasse uma briga sem limites e lutasse contra uma sociedade carcomida por um mar de intrigas e aparências. Ela que viveu o inferno, que atravessara mares e tempestades em busca de um amor verdadeiro, aquele que a fizesse tremer e sentir cada pulso de seu coração e que também fosse assim, como ela, que não existisse um elo porque eles dois eram um só e, assim com a impaciência de quem busca um objeto precioso, não sentiu o inefável prazer em acha-lo após dias ou anos consumidos em inútil procura, após ter esperado e desesperado por encontra-lo, após ter despedido as irritações vivas da alma por essa importância que não causava uma simples paixão mais sim o verdadeiro amor. Então ela tocou suavemente o meu braço no exato momento que eu ia jogar-me ao mar. Virei-me e senti os seus braços nos meus a envolverem em um interminável beijo de amor, amor verdadeiro que só acontece uma vez na vida... Surgiu uma luz azulada quando todas as outras se apagaram e assim como uma fumaça branca e perfumada viu-se no céu a inscrição de um coração e como nos efeitos especiais de computadores nada mais que o casal que em baixo se amava na relva verde.