ANA

Há alguns anos atrás, nasceu numa cidadezinha, a quinta dos sete filhos de um casal desta sociedade.

Foi crescendo no seio de uma família de aparência sadia, mas cheia de traumas, imposições e repressões.

Mas, mesmo assim a pequena Ana era feliz, alegre, mas extremamente tímida.

Talvez pela criação repressiva?

Sei lá!

Quando criancinha ainda, preferia conversar com as poucas flores que havia no jardim de sua casa e com os pequenos animais.

Levava uma boa conversa com seus amigos invisíveis, para deleite de todos.

Talvez agisse assim porque, sabia que com estes amigos não sofreria represálias.

Deste modo supria suas necessidades de desabafar, confidenciar, desabrochar.

Pois psicólogos naquela época, só pra loucos!

Mas, ninguém tinha tempo para dedicar uma atenção especial.

E foi crescendo a pequena Ana. Tornou-se uma adolescente

Linda! Bem educada, admirada por todos.

E começou a namorar contra a vontade dos pais.

“Toda bela tem um pai que é uma fera”. Pois este pai era um deles.

É bom dizer que o escolhido, era um jovem rebelde, dos anos sessenta, que não preenchia os quesitos mínimos de um bom rapaz. Apesar do seu bom caráter.

Por isso, a cidade inteira estremecia quando ele passava.

Mas, ela pra se extravasar teria encontrado o par perfeito?

Para soltar o seu grito preso,

Estaria descarregando toda energia acumulada pela repressão,

Através desta válvula de escape?

Talvez!

Certo é que, contra tudo e todos, entre batalhas e guerras, depois de um certo tempo de namoro mudaram pra longe.

Sozinhos!

Assumindo as conseqüências dos erros e rebeldias, casaram-se.

Batalha para guerreiro nenhum botar defeito.

Enfrentaram tempestades, maremotos, terremotos todas as intempéries, possíveis e inimagináveis.

Pois a vida não os poupou. Bateu Duro!

Passados alguns anos,

Ganharam como troféu dois lindos presentes do Supremo.

Dois lindos e maravilhosos filhos. Hoje já criados.

Certamente, só por isto tenha valido todas as penas.

Agora conhecendo um pouquinho do mundo espiritual

Agradecem a Deus!

Pois entendem que, esta é uma missão que vieram para cumprir.

E podem torná-la cada vez melhor e mais amena.

Segue a vida!

* Nota: Nome fictício do título, pra preservar os envolvidos.