DIÁLOGO DO AMOR...

Eu e você se tateando, sabendo... Namorando! Num conto que aqui contamos ao mundo.

- Meu amor... Fale para mim! Quero saber tudo de você. Não tenha pressa, converse baixinho, devagarzinho, mas conte-me os mínimos detalhes dos teus mais íntimos segredos, até os seus entalhes esculpidos na sua alma.

– Às vezes sinto medo... De sonhar, de querer, de apostar, de me mostrar...

– Mas não temas... Estou aqui pra te proteger, te oferecer o colo macio, o ombro amigo, o afeto, o meu mais caloroso abraço. Quero te conhecer...

– Eu sou assim... Segura, quando me sinto indefesa... Calma, quando me agito por dentro. Sensata, quando tenho dentro de mim um mar revolto, insano, sedento por se libertar do ir e vir eterno.

- Meu bem! Analisando o conjunto de tua auto-definição percebe-se um equilíbrio na postura de tuas emoções, muito própria de mentes objetivas, científicas, observadoras e que sabem harmonizar seus sentimentos, o que não quer dizer que não possua um sofrimento latente, interior, justamente por trabalhar demais essas funções dialógicas.

- Às vezes sinto medo... Do passado... Por não poder mudá-lo... Do presente por não poder sustentá-lo... Do futuro por não poder apressá-lo.

- Aqui você confirma a minha suspeita acima, do poder de síntese que possuis e que é algo metafísico, cosmológico, porque você consegue unir tempo e espaço como se fora um ser divino que está acima da temporalidade comum aos humanos. Ou seja, tem o poder de unir o simples e o complexo e o tempo de cada qual. É algo extraordinário.

- Sinto-me simples em minha essência, mas percebo-me, às vezes, tão cheias de amor, de idas e vindas, caminhos e trilhas, subidas e descidas, que me embaraço em nós na vida, que é uma linha reta, curta, simples.

- Outra demonstração inequívoca da sensibilidade divina, da qual és uma feliz possuidora e que tanto me encantou, desde a primeira vez que pousei meus olhos num de teus escritos. A tua compreensão do que seja amor bate com a minha em causa e efeito, em essência e consciência, enfim na plenitude do sentido do amor, no seu sentimento mais puro e realizador.

- Às vezes sinto medo... De te ter... Compreender, desejar... Porque sinto medo do não... Do não ser... Do não compreender... Do não saber desejar...

- Eu diria que o teu medo é comum às pessoas recatadas e tímidas, mas é também uma demonstração de humildade porque o teu brilho é tão fulgurante que a outra pessoa pode estar sentindo o mesmo com relação a você. Já pensou nisso?

- Sou pouco, mas tento ser... Forte, para suportar. Segura, para apoiar. Companheira no caminhar.

- Olha... Eu penso que isso aí é tudo que um homem deseja numa mulher. Talvez ele não saiba explicitar em palavras esse querer, mas que é! Não tenho dúvidas.

- Aqui, te mostro mais um pedaço do meu eu... Não quis falar e escrevendo apenas lancei meus pensamentos no ar, deixei que caíssem... Agradeço a este papel pela gentileza de segurá-los com firmeza para que possa ser lido.

- Sabe de uma coisa?! Agradeça a você mesma por explicitá-lo de forma tão contundente e honesta. O papel tem a sua importância, mas a descrição do que vai à sua mente e coração é que o faz ser útil, caso contrário, seriam folhas brancas, puras... Mas inúteis! Como, aliás, é a vida de tanta gente que não tem a coragem de se abrir por inteiro como você aqui o faz sem se preocupar com que possam achar ou fazer juízo desse teu ato libertário de se expor até as vísceras.

- Às vezes, detenho-me a pensar, a viajar por mundos distantes dentro de mim buscando no “amanhã” um sentido para o hoje. Quero crescer... Lutar... Superar... Apesar de ter medo de fracassar. Você surge... Tão de repente... Num momento de tormento. Surge sem avisar despertando-me para amar novamente...

Olha... Eu vim pelo teu chamado que já estava escrito nas estrelas, desde o princípio do universo quando o arquiteto desenhou esse nosso encontro. Tudo ao longo do tempo e da poesia conspirou para favorecer a esse encontro porque há afinidade de anseios, sonhos, perspectivas, projetos de vida que nos aproximaram. Não importa se para cumprir um desígnio dos céus, ou do destino, mas sim em obediência ao amor o nosso único e verdadeiro Deus a guiar os nossos passos e a nos jogar nos braços um doutro.

- Você é especial, é diferente espero poder corresponder. Quero tentar, caminhar, sonhar, acreditar.

- Meu amor: Somos dois seres únicos... Especiais... Diferentes. Sim! Caminhemos juntos... Sonhemos juntos... Acreditemos juntos que é possível e tudo será conforme quisermos.

- Às vezes tenho medo... Das decepções. Às vezes vejo-me triste sem conseguir evitar... Porque inevitavelmente sinto-me pequena, e fraca no meio do caminho, e ainda falta muito que andar...

- Esse medo pode ser propulsor e as decepções são comuns na nossa vida. Se formos analisar a fundo a questão verá que a percentagem de frustrações é sempre superior a das realizações e é por isso que esse sentimento povoa a nossa mente, mas nunca pode ser referencial para inibir a caminhada, pelo contrário...

- Sinto-me diminuir quando preciso ser um farol no mar, mas desejo poder superar-me. Quero vencer, continuar. Quero somente viver em paz longe da vida incoerente que vivemos sem pensar.

Quero estar além, junto com meu mundo distante, mas verdadeiro porque há amor. Amo a todos... Amo a vida verdadeira. Amo você. Quero continuar...Para logo poder chegar ao objetivo último: Ser feliz! Realizar-me. Viver.

E se ao meu lado estiver prometo não prometer, mas tentar te compreender, te apoiar, te entender não falar não, e não falar somente sim, te amar até o fim... Onde quer que ele possa estar.

- Meu grande amor... Não sei se reparaste bem na grandiosidade, intensidade, fluência e eloqüência das tuas palavras, mas aqui está um compêndio, uma declaração de amor mais perfeita que um ser humano já fez a outro e digno de contar e ser dissecada, palavra por palavra, para que seu desejo seja realizado e o amor prevaleça sobre a dor...

Mas isto direi ao teu pé d’ouvido enquanto beijo os teus lábios, sussurro palavras em atos de amor mais profundos que possam corresponder a sentimentos tão belos quanto os seus.

Só posso resumir dizendo que as tuas aspirações estão namorando com as minhas e que sou todo seu aqui, noutros solos ou duetos, poemas meus e teus, agora e para o “sempre” que formos competentes para construir e viver... Sem medo de ser feliz.

Dueto: Roberta Teperino e Hildebrando Menezes

Nota: Inspirado na série “Amores Etéreos” de Roberta Teperino p. 92-95.

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 30/05/2009
Reeditado em 30/05/2009
Código do texto: T1623718