A noite..

a noite..o silêncio, um muro. De um lado nuvens a derraramar lágrimas orográficas, se assim

o dicionário me permite dizer. De outro, uma mulher, também a derramar lágrimas.

o cenário se fazia em um quarto escuro, uma janela, de um lado choro do outro chuva.

cama e lençóis amassados, úmidos por sofrimento. No fundo, um som, que tocava músicas que

ouviam a mulher. sobre o chão, papéis. textos, cartas. Folhas que acabara sendo um despejo

de emoção e tristeza através de palavras. Aquelas com as quais nem sempre consiguira descrever

com exatidão a lamentação suprema do indivíduo.

A dor tomara conta daquele ambiente, com seu ardor poético sobreposto a uma inundação

de fraquezas. O espelho mostrava o que ela jamais pudera imaginar, a verdade.

O cheiro de cigarro a uma mistura de perfume barato compunham a cena, exalando lembranças.

Lembranças das quais aquela noite atormentava, fazendo arrebatar qualquer razão.

Mãos frias, cabelos molhados, na garganta um nó, que pressionava o coração contra o peito apertando fundo

os olhos sobre a face e enxorrando o colo de lágrimas. Parecia inacabável...

La Pimentel
Enviado por La Pimentel em 25/05/2009
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