Amor e Trevas; Sangue e Ódio.
No século XIII, conta-se a lenda que havia em um feudo uma paixão proibida. Paixão essa impedida pelos Deuses mais consumada pelos impedidos. Não sabia a grande conseqüência que teriam de sofrer.
Em um belo dia, Ermo encontra sua amada Floris, que de pronto o agarra e da-lhe um beijo longo e gostoso, de fazer inveja a qualquer experiente da época. Logo a seguir, os dois se sentam no chão do parque de VilasStrug, que se localizava na França, e começam a montar seu piquenique. Ele como sempre, solicito a cada olhar, oportuno a cada movimento. Estendeu a toalha de fina textura sobre o gramado cerrado do parque e ela por sua vez, distribuiu sobre a toalha os comes e bebes. Então, os dois se sentam. Um de frente ao outro e então ele fala.
- Amor, minha querida Floris. Sabes que a lenda diz que o filho do dragão não pode consumar a filha do anjo decaído. Consequências inúmeras podem acontecer tu sabes disso. Então por que insiste tanto em consumar o nosso amor? Sabes que só o beijo que damos, gera conflito. Vê os nossos lares. Destruídos pelo ódio e pela vingança de nossas famílias. Dávamos-nos bem, antes de ter encontrado o amor. Queres continuar com esses atos que para nós se torna prazeroso, mais para nossas famílias se transformam em tormento?
Floris, por sua vez, com um singelo sorriso e olhar mais apaixonado de toda Terra, respondeu com doçura e simplicidade.
- Amado meu, sei das consequências e, também sei que tudo pode acontecer. Mas o que sinto por ti é grande demais. Palavras não servem para descrever tudo o que eu sinto por você. Nada além dos Deuses e você, sabe o quanto eu amo-te. Nossas famílias? Não faz, mas sentido, eu quero viver ao seu lado. Eu quero construir a nossa família... Quero ter três filhos seu. Apenas desejo me realizar como mulher e te fazer o mais estupendo homem do mundo.
Ele com um largo e belo sorriso na face, responde a ela.
- Flor de Lóris, filha do anjo decaído. Meu amor por ti já não existe distancia que possa ser comparado. Nada mais além de você consegue me fazer feliz. Temos 18 anos e agora acho que já está na hora de consumar esse amor. Está na hora de sermos felizes.
Com tristeza, ele concluiu.
- E encararmos a realidade que nos cerca. As tribulações que nos rodeiam. Mais pelo nosso amor, vale tudo. Vale a minha vida, vale a minha vida por você; Amor proibido, amor de verdade. Eu te amo.
Ele segura com delicadeza o rosto dela e em seguida a beija nos lábios. Ela sorri e retribuí o beijo e põem-lhe a mão na nuca dele e então selam com mais um belo beijo. A partir daí, os dois enamorados seguem a vida. Passam se dois anos de muita rivalidade entre as famílias e enfim, ela está grávida. A felicidade que contagiava os dois era infinita, indescritível e inexplicável. Passam-se os nove meses e ela dá a luz a um belo garoto que se chamava Eris. Seu significado tão intrigante e absoluto. Significava o herdeiro da morte mais rápida e o mais belo fruto da árvore mais frondosa.
Os dois, sempre juntos, cuidando do pequeno Eris que agora, completará três meses. Garoto de brado forte, e de bela beleza. Sua saúde implacável até o momento. Dor de cabeça jamais deu aos pais. Menino valente. Rompia em seus devaneios mentais todos os seus tabus. Inteligentíssimo para sua idade, vivia sempre sorrindo. Com um largo e belo sorriso, que o faz lembrar seu pai mais jovem. O que Ermo e Floris não sabiam, é que por detrás desta grande felicidade havia a maldição. Eris possuía dentro de si, uma larva que quando completasse sete anos iria explodir e ele enfim tornar-se o mais horrível dos horríveis pesadelos de seus pais e de todo o feudo. O tempo passa. Famílias em conflito. Ermo e Floris obtendo suas brigas e sem resolvidas com um mágico beijo. O tempo urge e eis que o momento se achega. O menino da maldição já possuía seis anos e onze meses. Seu comportamento até antes, era notável e elogiável. Mais agora ele entra em processo de transformação. Pelo seu corpo começa a criar manchas de cor roxa e hematomas negros. Floris imaginou que Ermo espancava o filho; Depois de uma longa conversa os dois esclareceram-se um ao outro e ficou claro que ninguém, nenhuns dos dois espancavam seu filho. Assim sendo, os dois levaram seu filho Eris ao médico mais próximo. Coisa rara e soberba pra época, mais obtiveram sucesso na procura do médico.
Quando tal renomado senhor olhou para o menino, assustou-se. Calou-se e fez silencio por demorado dois minutos. Os pais por sua vez, desesperados e o menino sem nada saber, porém agressivo. Gritando desesperado, desejando que o tirassem daquele recinto. Os pais nervosos e receosos então perguntaram ao médico o que estava acontecendo. O doutor com lágrimas nos olhos disse friamente.
- Vosso filho irá morrer dentro de duas semanas.
Os pais começam a se emocionar e choram. Uma emoção ruim, que o fazem chorar lágrimas de sangue. Imagine só, tu, tens uma mulher. Vives com ela um amor proibido e renegado sabendo as consequências da maldição que os assolam. Tem seu primeiro filho e quando chega aos sete anos descobre que ele morrerá. Inevitável não haver sangue nos olhos. Inevitável!
O pai então pergunta desesperado.
- Por quê? Se toda a sua vida sadio estarás. Se somente agora apareceram essas pequenas e inescrupulosas manchas criam vida pelo seu corpo. O que pode ser tão grave assim.
O médico chorando, pergunta.
- Deixa me ver bem... Tu és o filho do dragão?
Ermo.
- Sim.
O médico não podendo acreditar na situação que se deparou com ele, olhou assustado para Floris e perguntou.
- Tu és a filha do anjo decaído?
Floris assustada.
- Sim. Mais o que tem isso haver com nosso pequeno filho.
- Tudo! Não vês que isso é fruto da maldição que os assolaram todo este tempo. De mil em mil anos isso acontece. Sempre nasce um filho do dragão e uma filha do anjo decaído. Os dois sempre insistem em consumar o amor e sempre tem um filho. E esse filho gera e leva a desgraça por onde passar após seus sete anos. Essas manchas são frutos da larva que existe dentro do seu interior. O comportamento também. Tens notado a diferença?
Os pais assustados e nervosos, chorado responderam juntos.
- Sim, senhor médico. Cura tem?
- Não, não tem. É um mal que a Terra tem de passar para amenizar suas dividas. Agora é só esperar e, por fim, sofrer a morte de vosso filho e depois morrerem.
Os dois olham com os olhos arregalados para o médico. Caem no chão ao mesmo tempo e acordam. Os dois se olham assustados e levantam correndo e vão à direção ao quarto do seu filho Eris e vê ele, dormindo, sonhando e sorrindo. Deste dia em diante, nunca mais tiveram esse tipo de sonhos e seguiram em paz sua caminhada terrena.