Cotodiano Amoroso Realista por Estudo de Caso
Ele queria de uma forma simples! Calma! Vez ou outra, calma até demais, como ele próprio assumia sem desprezo algum. Ela, eufórica! Categórica! Tinha uma retórica incrivelmente fardada na testa que praticamente assustava qualquer um! Mas tinha um charme irresistível, no mais profundo sentido dessa palavra.
Um mar de rosas, o começo. Nada de diferente a outros relacionamenos. Um, dois, três, quatro, cinco meses... desencontros! Contrapontos! Discutiam até quando o assunto era a asa do mosquito! Os dois sabiam que vez ou outra não passavam perto de ter razão, mas dar o braço a torcer, não!
Se acertavam na cama! Aquilo ali era uma maravilha só. Brigavam agora, mas ali, fugidos, fingidos ou assumidos, se davam um show! Morriam e nasciam a cada nove minutos, mais ou menos. Até que um resolvia tomar banho e o outro comer pipoca! O tumulto era certo...
E foi assim, até se cansarem. Até se casarem. Até... o divórcio! O inevitável e abalável divórcio. Cama pra cá, fogão pra lá, TV pra cá, computador pra lá. Ela não abria mão da estante da sala, ele da escrivaninha do quarto. Não era assim também um caos total... às vezes tinham cervejas, ouviam rock, assistiam filmes (até o final só ela, convenhamos).
Não durou três meses o divórcio. Cama pra cá, fogão pra cá, TV pra cá, computador também, tudo de volta ao lugar. Tudo de volta ao normal...
Não foram menos de três vezes que isso aconteceu.
O amor vicia e eles já sabiam, então: era melhor se adequar do que fingir. E, assim, viveram (na medida do possível) felizes para sempre...