JUDITE CRUZA AS PERNAS

Judite cruza as pernas e vejo o que não vejo: sonho, imagino as coisas mais indecentes.

A saia esconde, mas a minha mente reconstrói o mistério de Judite.

Judite fala de ontem e das coisas que costumeiramente acontecem. Eu a escuto, mas penso em prazeres que só a carne proporciona.

Decifro o mistério de Judite.

Ela se despe e os seios dela me desafiam. Os pelos dela me desafiam.

Toco o corpo quente e misterioso de Judite.

A voz de Judite me hipnotiza e logo me vejo no meio dela.

Judite finge chorar, finge rir, geme.

Termino.

O mundo não se comove com a minha perda. De repente, estou triste. Judite vai embora e eu não a amo. Nunca amei.

Custa-me cem reais o mistério de Judite.