Supernova

Tem cicatrizes aqui dentro, tatuando sombras, como o mofo cobrindo essas paredes.O cair dos dias tem soado como uma canção triste, algumas vezes sinto como um lamento sendo sussurrado na minha cabeça, as vezes parece que é mais uma canção órfã que eu não sei o nome, e as vezes é só o vento na janela.As noites se resumem na vertigem de alguém que sente-se caindo em um buraco, sinto me caindo no escuro.Ai você aparece, me pega pela mão e me põe em pé, e eu caminho de novo.Então posso fingir ter o controle de outra vez, pois você me mantém em animação suspensa.De certa forma estou dizendo que sem o teu sorriso eu me sinto o nada em ascensão, ricocheteando entre um devaneio e outro. Eu te vejo assim desde o dia em que te conheci. Como uma supernova explodindo, rasgando o céu escuro com sua energia e luminescência, assim foi você no dia em que explodiu na minha vida, deixando-me extasiado na poeira das estrelas que pontilharam meu céu veludo azul escuro. De certa forma estou dizendo que te amo, que me alegra saber que em alguns momentos te faço feliz.Essas palavras soam como se eu estivesse perdendo a minha alma, algumas vezes parece um lamento, ou ânsia de querer retribuir o bem que você me faz. De certa forma estou dizendo que te aguardo todos os dias. E enquanto você não chega, eu sigo sentindo a vertigem, cicatrizando.

Fábio Monteiro
Enviado por Fábio Monteiro em 06/04/2009
Reeditado em 09/04/2009
Código do texto: T1525097
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