O DIÁLOGO DOS ASTROS (O amor é um eclípse sem pressa) - Retrô
Eis que nasce mais um dia. Imponente e soberano!
Desponta o senhor sol, trazendo luz, calor e vida, recobrando as esperanças de um mundo que o simboliza com o recomeço, a renovação e a vontade de superar obstáculos cotidianos.
Eis que se vai mais um dia e dá-se início o império da noite. Sob o trono de seu comando brilha a senhora lua: líder das estrelas, musa do universo, inspiração dos amantes, dos poetas e artistas; sonho dos sonhadores.
Já dizia o adágio: "jamais se encontrarão!!!"
De fato, seus corpos vivem sob a distância dos tempos e das circunstâncias, mas o sol enamorou-se da lua e propôs a quebra de todos os paradigmas em nome dessa paixão...
Ela, por sua vez, fez pouco caso de sua sublime condição e abdicou dos tantos admiradores para entregar-se ao impossível, para amar o improvável, para pertencer ao sol, eternamente!
Aqui, no reino limitado dos homens, nunca os vemos juntos.
Lá, onde o amor é a essência da vida, ambos se unem pelo diálogo sincronizado da paixão, pela quebra meiga dos padrões universais, pela unidade mais forte que o toque físico, pela transcendência do concreto.
Enquanto nós nascemos e morremos nesse mundo de poucas cores...
O sol e a lua se amam nas aquarelas de um céu que somente os poetas podem contemplar!
Espelho, espelho meu: existe um sol mais feliz do que eu?