O LOBO SOLITÁRIO DO LARANJAL
Noite de lua cheia naquela quarta-feira, 23 de março de 2008. As águas da lagoa,ao baterem nas pedras daquele pequeno pontal , situado entre o Arroio Totó e a praia dos prazeres , provocavam um som ritmado, suave, marcante.
Claudio adorava aquele recanto e o clima do momento lhe trazia recordações de um passado recente. O tempo firme e o vento oeste fechavam o clima, deixando Claudio embevecido e feliz. Sempre que possível principalmente nas noites de lua cheia, lá estava ele sentado na pedra maior. Deixava os pés dentro d’água e fumava um cigarro após o outro , sem se preocupar com nada que estivesse a menos de 20 metros. O mundo não existia e nem importava para ele fora dali. Aquele era seu mundo mágico. Seu recanto espiritual. O ponto de encontro com sua amada,sem qualquer sombra de dúvida , o seu paraíso aqui na terra. Quantas foram as vezes em que acordou e o sol já ia alto. Em quantas outras acordou molhado pelo sereno ou pela chuva que caíra na madrugada. Mas ele não desistiría nunca. Sabia que um dia estaria outra vez com Ana Luiza, que encontraria com ela fosse onde fosse.Sabia que quando chega-se este dia ,ele voltaria a ser o homem mais feliz do universo.Claudio era um perseverante. E Ana Luiza, sua musa, sua metade,seu único amor.Eles se conheceram naquele pontal, onde trocaram muitas juras de amor.Hoje estariam completando Bodas de prata , não fosse a fatalidade que os assolou naquela fatídica madrugada.
Os dois amantes estavam tão envolvidos, que não perceberam as nuvens de tempestade se armando e provindas da lagoa. Foi tão repentino que não tiveram tempo de se proteger na mata. A onda os pegou ainda deitados sobre a pedra maior e os arremessou contra o paredão das pedras menores, mas pontiagudas. Claudio acordou com uma terrível dor de cabeça; doía-lhe também as costas e um dos braços que estava quebrado pela violência da batida. A água batia-lhe no rosto e por milagre não se afogara. Procurou com os olhos por Ana Luiza , mas a escuridão não lhe deixava ver o local direito. Gritou desesperado por ela sem obter resposta. Seus gritos chamaram a atenção, de pescadores que para sua sorte haviam encontrado abrigo na pequena enseada do Arroio Totó e, ao ouvirem-no, vieram em seu socorro. Ao ver os homens com lanternas,Claudio esqueceu as dores e implorou que o ajudassem a encontrar Ana Luiza. Voltou a desmaiar quando as dores aumentaram e acordou no hospital alguns dias depois. Foi quando ficou sabendo que ela havia desaparecido , sem vestigios . Mesmo com uma grande mobilização de policiais , voluntários e bombeiros, não encontraram o corpo ou vestígios dele. Foram dias de mobilização e decepção ,por toda a praia do Laranjal. O tempo inexorável e cruel passou.Claudio jamais amou outra mulher. Passando a viver como andarilho e perambulava entre o pontal e o restante da praia. Eram quase meia-noite e Claudio como sempre fazia estava ali sentado na pedra de sua desdita, quando viu aquela luz forte se aproximar e, aos poucos ir tomando a forma de sua amada . O sorriso brotou em seus lábios outra vez ,enquanto o ar ficava impregnado pelo perfume de Ana Luiza. Claudio atônito ouviu ela dizer:
- Olá querido!... desculpa-me se te fiz esperar tanto.
Claudio tomado pela emoção , conseguiu responder meio balbuciando:
- Não...é...preciso... desculpas... amor ... da minha... vida!
E sem dizer mais nada, desceu da pedra abraçando-a com tanto ardor que seus corpos flutuaram no espaço. Não sentiu o tempo passar, apenas a voz dela dizer-lhe no ouvido:
- Venha meu querido, quero te mostrar algo!...
Pegou Claudio pela mão e mergulharam em direção ao meio da lagoa. O mergulho parecia não ter fim, mas ao acabar num pequeno valo entre as pedras , Claudio pode visualizar , preso a um pedaço de rede, os resto mortais de sua amada. Os Jornais da cidade estamparam em sua primeira pagína na segunda-feira seguinte: Pescadores, encontram o corpo do andarilho Claudio Silva; mais conhecido como “Lobo Solitário do Pontal” a aproximadamente 80 metros do Arroio Totó, na praia do Laranjal. Estava abraçado aos restos de uma rede que continha preso a ela um esqueleto humano. Os ossos serão levados para o exame de DNA,que poderá confirmar se são restos mortais de Ana Luiza Silva da Silva ; desaparecida no mesmo local há mais de dez anos .
Conforme pedido de minha leitora By Cris, e é também meu final : ... E Claudio e Ana Luiza foram felizes por toda eternidade!!!
Noite de lua cheia naquela quarta-feira, 23 de março de 2008. As águas da lagoa,ao baterem nas pedras daquele pequeno pontal , situado entre o Arroio Totó e a praia dos prazeres , provocavam um som ritmado, suave, marcante.
Claudio adorava aquele recanto e o clima do momento lhe trazia recordações de um passado recente. O tempo firme e o vento oeste fechavam o clima, deixando Claudio embevecido e feliz. Sempre que possível principalmente nas noites de lua cheia, lá estava ele sentado na pedra maior. Deixava os pés dentro d’água e fumava um cigarro após o outro , sem se preocupar com nada que estivesse a menos de 20 metros. O mundo não existia e nem importava para ele fora dali. Aquele era seu mundo mágico. Seu recanto espiritual. O ponto de encontro com sua amada,sem qualquer sombra de dúvida , o seu paraíso aqui na terra. Quantas foram as vezes em que acordou e o sol já ia alto. Em quantas outras acordou molhado pelo sereno ou pela chuva que caíra na madrugada. Mas ele não desistiría nunca. Sabia que um dia estaria outra vez com Ana Luiza, que encontraria com ela fosse onde fosse.Sabia que quando chega-se este dia ,ele voltaria a ser o homem mais feliz do universo.Claudio era um perseverante. E Ana Luiza, sua musa, sua metade,seu único amor.Eles se conheceram naquele pontal, onde trocaram muitas juras de amor.Hoje estariam completando Bodas de prata , não fosse a fatalidade que os assolou naquela fatídica madrugada.
Os dois amantes estavam tão envolvidos, que não perceberam as nuvens de tempestade se armando e provindas da lagoa. Foi tão repentino que não tiveram tempo de se proteger na mata. A onda os pegou ainda deitados sobre a pedra maior e os arremessou contra o paredão das pedras menores, mas pontiagudas. Claudio acordou com uma terrível dor de cabeça; doía-lhe também as costas e um dos braços que estava quebrado pela violência da batida. A água batia-lhe no rosto e por milagre não se afogara. Procurou com os olhos por Ana Luiza , mas a escuridão não lhe deixava ver o local direito. Gritou desesperado por ela sem obter resposta. Seus gritos chamaram a atenção, de pescadores que para sua sorte haviam encontrado abrigo na pequena enseada do Arroio Totó e, ao ouvirem-no, vieram em seu socorro. Ao ver os homens com lanternas,Claudio esqueceu as dores e implorou que o ajudassem a encontrar Ana Luiza. Voltou a desmaiar quando as dores aumentaram e acordou no hospital alguns dias depois. Foi quando ficou sabendo que ela havia desaparecido , sem vestigios . Mesmo com uma grande mobilização de policiais , voluntários e bombeiros, não encontraram o corpo ou vestígios dele. Foram dias de mobilização e decepção ,por toda a praia do Laranjal. O tempo inexorável e cruel passou.Claudio jamais amou outra mulher. Passando a viver como andarilho e perambulava entre o pontal e o restante da praia. Eram quase meia-noite e Claudio como sempre fazia estava ali sentado na pedra de sua desdita, quando viu aquela luz forte se aproximar e, aos poucos ir tomando a forma de sua amada . O sorriso brotou em seus lábios outra vez ,enquanto o ar ficava impregnado pelo perfume de Ana Luiza. Claudio atônito ouviu ela dizer:
- Olá querido!... desculpa-me se te fiz esperar tanto.
Claudio tomado pela emoção , conseguiu responder meio balbuciando:
- Não...é...preciso... desculpas... amor ... da minha... vida!
E sem dizer mais nada, desceu da pedra abraçando-a com tanto ardor que seus corpos flutuaram no espaço. Não sentiu o tempo passar, apenas a voz dela dizer-lhe no ouvido:
- Venha meu querido, quero te mostrar algo!...
Pegou Claudio pela mão e mergulharam em direção ao meio da lagoa. O mergulho parecia não ter fim, mas ao acabar num pequeno valo entre as pedras , Claudio pode visualizar , preso a um pedaço de rede, os resto mortais de sua amada. Os Jornais da cidade estamparam em sua primeira pagína na segunda-feira seguinte: Pescadores, encontram o corpo do andarilho Claudio Silva; mais conhecido como “Lobo Solitário do Pontal” a aproximadamente 80 metros do Arroio Totó, na praia do Laranjal. Estava abraçado aos restos de uma rede que continha preso a ela um esqueleto humano. Os ossos serão levados para o exame de DNA,que poderá confirmar se são restos mortais de Ana Luiza Silva da Silva ; desaparecida no mesmo local há mais de dez anos .
Conforme pedido de minha leitora By Cris, e é também meu final : ... E Claudio e Ana Luiza foram felizes por toda eternidade!!!