CASEBRE.

ENCONTREI, UM CASEBRE, ENCONTREI UM

AMOR.

Eu sou a Lení, sempre vivi em uma cidade grande;onde estudei,trabalhei,amei e até

Fui feliz. Mas como em cidades grandes, as oportunidades são muitas, e em todos

Os sentidos, comigo não foi diferente; tive a oportunidade de conseguir um bom emprego

E através dele conhecer um amor.

Porém, descobri que meu amor, amava a mim, e a todas; todas que ele via, e a ele queria,

Desesperei-me e briguei, briguei sem pensar em nada, gritei e chorei pelos corredores da

Empresa julgava- me certa; estava muito magoada, e esperava um pedido de desculpas e

Uma boa explicação.

Mas o que ouvi foram poucas palavras,você é louca, o que você estava pensando Garota!

Pensou que seria a dona da Empresa, e minha esposa, se toca, esta demitida. Naquele

Momento percebi que eu só era seu entretenimento, eu e as todas que; com ele se envolvia.

Paixão e dor; era só o que eu sentia, sentia abandono, solidão e desgosto; tive a oportunidade

De sentir o que era ser desprezada e humilhada, como jamais imaginei ser, ou desejarei a

Alguém. Diante de tanta decepção, tomei uma decisão, fiz como diz o ditado; pus a mochila

Nas costas, pequei um ônibus e fui rumo a uma cidade do interior.

A mais ou menos uns dez KILOMETROS da cidade desci, adentrei-me no meio do mato e fui

Andando, após algum tempo de caminhada, sente-me cansada, e parei debaixo de uma

Árvore; sentei no chão e escorei em seu tronco, cochilei e acordei, com os raios do sol que

Batia em meu rosto, despertei-me e olhei o horizonte; vi o pôr do sol amarelado que me

Dava mais tristeza. Porém sua beleza me acalentava, ouvi um barulho de água, fui até lá,

Encontrei um pequeno riacho, lavei o rosto, tomei água com as mãos, lavei os braços para

Refrescar um pouco e levantei o olhar e vi um lindo casebre; por aqui chamado de rancho,

Olhei novamente e entrei, era só um quarto e varanda com um pequeno fogão caipira e dois

Bancos de taboas fincados no chão, tão fresquinho que fui logo me acomodando.

Ele ficava bem no meio das árvores e na beira do riacho, o sol que passava entre os galhos

Para chegar à varanda, era muito bom, e neste lugar lindo! E calmo, fui me acalmando e

Conseguindo ter tranqüilidade para apreciar e aproveitar as maravilhas do lugar.

Fiquei por um bom tempo, sem nem o tempo marcar; só comendo peixes e frutos.

Um dia decide ir a cidade para fazer compras, levantei bem cedo e fui lavar o rosto, só

Ouvindo o barulho dos pássaros; DIRREPENTE ! Assustei-me com o pisado de um cavalo e

Uma voz; dizendo-me; bom dia; fiquei muito assustada! Mas responde bom dia, com voz

Tremula, ele me perguntou quem é você? Responde, e perguntei e você, quem é? Ele me

Respondeu, e disse me pode ficar calma, sou de paz. Conversamos bastante, contei a ele

Minha vida, ele me levou a cidade, me trouxe de volta e nos tornamos amigos. Todos

Os dias ele vinha de manhã trazer leite para mim, e a tarde vinha pra gente pescar.

Sempre me dizendo ser um peão da fazenda, guando percebi já estava eu novamente

Apaixonada, só que desta vez por um peão, que tudo indicava também me amar.

Em pouco tempo já estávamos vivendo juntos, ali mesmo, naquele pequeno casebre.

Ele ia de manhã para fazenda trabalhar e voltava à tarde, com tanta felicidade nunca

Preocupei-me em ir ao trabalho dele, vivemos isolados por mais de um ano, eu não sabia

Quem ele era; ele não sabia que era eu; só nosso entendimento e nosso amor nos bastava.

Ele dizia ganhar pouco, mas para nossa vida simples dava, e até sobrava, sempre me dava

O tudo que sobrava das compras e dia guarda meu amor, é para nosso futuro e de nossos

Filhos. Eu sempre guardei tudo direitinho, um dia descobri que estava grávida, contei a

Ele, e ele ficou tão feliz que me perguntou, querida e nossas economias, como esta? Fui

Em nosso pequeno quarto, peguei o dinheiro e lhe entreguei; ele me mandou guardar

Novamente, passamos uma linda noite e naquele dia ele não foi trabalhar, passeamos pelos

Campos colhemos frutos, pescamos, e também nos amamos muito.

A noite ele me disse:amanhã vou te levar na cidade para comprar umas roupas novas e

Levar-te na fazenda para você conhecer todos lá. Ficamos até tarde sentados na pequena

Varanda como de costume, vendo a lua, ouvindo os pássaros, e também a cantar.

Dormi o sono dos anjos, em seus braços. Quando acordei, ele já havia saído e nem se

Despediu de mim, como de costume, olhei no fogão e ele também não tinha feito o café.

Senti-me abandonada; já comecei a chorar, nem o fogo acendi,andava de um lado para o

Outro, procurando uma explicação que me confortasse, mas não encontrava só o vazio e

Tristeza me dominava, não conhecia ninguém, não sabia onde trabalhava, enfim não tinha

Onde procurá-lo. Pensava, ele me abandonou e logo agora, passei o dia, mas longo e mais

Triste de toda minha vida. As lembranças de nossos momentos existiam em me atormentar,

Lembrava-me do dia que Ele chegou aqui, todo educado, dedicado e lindo, de nossas brincadeiras;

Na areia do rio, nomeio das árvores e até no capim, sempre ele me pegando, abraçando e me beijando,

Era assim o tempo todo, mas no meio de tantos pensamentos, vinha o medo, medo de que ele não

Voltasse nem naquele dia, nem nunca mais. Com o entardecer se aproximando minha tristeza

Só aumentava; chegou à noite e o esperado aconteceu; ele não chegou, chorei toda a noite, vi

Anoitecer e amanhecer, sem dormir e esperando que ele chegasse, mesmo sem esperanças.

Mas o dia clareou e nada do meu amor chegar, e foi assim durante dois meses, pensei em ir embora,

Mas o que adiantaria, procurá-lo, nem pensar, imaginava se ele foi embora é porque não me queria,

O que eu vou fazer atrás dele, ouvir humilhações novamente como da outra vez. A tristeza que eu sentia

Era muito grande; o que me dava forças era saber que eu teria uma criança perto de mim e minha, só minha,

Ai eu teria com quem conversar brincar, amar, e ser amada, um amor verdadeiro, pensava por isto ele sempre

Mandou-me guardar dinheiro. Como todos os meus dias eram só tristeza e solidão, em um desses dias lá estava eu

Sentada em uma pedra na beira do rio, e com os pés na água que passava friamente e seguia seu curso natural,

E as lágrimas sem que eu percebesse rolavam em meu rosto, acho que eu dormia acordada; quando dirrepente!

Uma mão tocou meu rosto secando minhas lágrimas com os dedos, assustadas! Levantei-me e disse-lhe o que você

Veio fazer aqui?Zombar de mim: ele chorou e me abraçou dizendo; querida me perdoe, mas você deve me ouvir

Primeiro; e já foi me dizendo: naquele dia sai bem cedo para ir a cidade queria lhe preparar uma grande surpresa;

Mas não deu certo, fui marcar nosso casamento e em seguida vinha te levar pra nossa casa, pois sou o dono desta

Fazenda e de mais algumas propriedades por ai, só que antes de entrar na cidade sofri um acidente e fiquei em coma

Por quarenta e nove dias, quando acordei achei melhor esperar e vir pessoalmente te contar tudo,já que ninguém

Sabia de você para ter vindo antes, tive tanto medo de não te encontrar mais aqui. Mas vamos embora e sem demora,

Foi assim que ele me disse. Virei-me para entrar e pegar minhas roupas percebi que ele mancava, havia ficado sem

Um dos pés e usava um pé mecânico. Tive dó, mas achei bom por ser verdade, o que ele me dizia. Ele me disse dona

Leni a senhora não precisa pegar nada,pois é proprietária de um bom patrimônio,poderá comprar lindas roupas

Novas. Fomos embora e logo nasceu nossa pequena Clara em seguida o Gustavo e depois o Mario. Hoje todos

Formados e nos dois muito felizes, nunca destruímos nosso casebre, pois foi lá que começou o nosso amor, sempre

Vamos lá; matar a saudade; e também pra gente se Amar, amar com a mesma paixão.

NITA MOTA

NITA MOTA
Enviado por NITA MOTA em 10/03/2009
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