violette...sonha...
uma cátedra chuva me faz sentir os passos, eu sigo com a fome de coração eleito
este mundo me toma em rapsódia enquista, eu não sou mais eu, posto que somos nós
a cadeira é de ferro e deflorada em pigmentos verdes, as vidraças trincadas pelo meu grito
a renda branca, presente de minha avó, é a vestimenta única destas núpcias
é minha cabeleira volumosa que muitas vezes te açoita, e muitas vezes te entrelaça
eu te sigo amor, nesta cavalgada em unicórnio pela madrugada. "je ne dors plus, je suis a toi..."
o teu ardor me pontua e sinto as faces do lençol em riste. um avolumado de espumas, e sou vênus-menina... (a)go(ni)zando entre o teu prazer, que se mostra conhecedor do amar profundo. se tuas mãos massacram as minhas em posse febril, eu colo em tua pele e te desc-amo, sugando teus poros em fusão celestial. se teus lábios colhem meu ar, eu desconheço esta loucura que me invade, e mordo-te a língua em fuga saciada
a cama é relva onde estacionamos o murmúrio do dia, e também ativa dança de ternura em toques de corações-tambores. o cheiro de canela vem de ti, e me envolve em doce névoa-mortalha. o all star surrado e o tamanquinho chinês se enamoram, sobre o tapete voador que nos levará á índia. na parede um quadro marca meus dejavús de outrora. e no teu corpo eu vejo tatuada minha boca, destacando-se de todas as outras marcas que te afeiçoam
da janela, contrastando o nublado do céu, borboletas penetram...