Um romance qualquer (parte 11)
Em Tóquio Cristiano estava em seu apartamento com Yoko, o rapaz estava sentado numa poltrona, calado, olhando para o teto.
- No que está pensando? Perguntou a namorada.
- Na minha irmã. Não é justo o que aconteceu com ela. Agora que ela estava feliz de verdade, fez os planos para o seu futuro, estava cuidando de tudo para que a cerimônia da união com Mário fosse perfeita. Tudo por água abaixo.
- É verdade, muito empenho e um bom dinheiro gasto.
- Você sabe que aquele dinheiro não era problema para mim, eu estava investindo com o maior prazer e felicidade em ver minha irmã encontrando o rumo pra felicidade dela.
- Sabe quem eu acho muito misterioso? Seu chefe. Eu sei que ele já explicou o motivo pelo qual resolveu investir no seu negócio. Mas você chegou a se perguntar se esse é o verdadeiro motivo? Se esse dinheiro é limpo? Ele fala tão pouco de si mesmo, quando vem aqui no seu apartamento ele só trata dos negócios, nem fica para tomar alguma coisa.
- Ele é um homem muito fechado, não gosta de falar de si mesmo.
- Tudo bem, mas se eu fosse você verificaria com ele tudo certo sobre os investimentos que ele faz na loja. Não quero ver você enrolado num esquema sujo. Certifique-se de que anda tudo certo mesmo.
- Tudo bem, eu vou conversar sério com ele.
Apesar de concordar com a namorada, Cristiano não estava preocupado com a questão naquele momento.
Com a dúvida a atormentando, Fabíola foi jantar com Heitor Monteiro. O jovem médico veio buscá-la em seu Porsche Boxter. Foram ao restaurante do pai do rapaz. Sentaram-se à mesa, fizeram o pedido e começaram a conversar:
- Quais são os seus planos para o futuro Senhorita Lassale?
- Pode me chamar de Fabíola, por favor. Eu tinha muitos há uns meses atrás, agora, foram todos para o espaço.
- O que é isso? Você não deve desistir dos seus sonhos.
- Não vou desistir deles, apenas vou trocar alguns e adiar outros.
Durante o jantar Heitor foi extremamente cuidadoso e delicado com a moça. Num certo momento Fabíola tirou algo de sua bolsa e colocou na mesa, era uma caixinha.
- Lembra quando eu ri da sua cara e disse que quando eu tirasse aquela aliança você poderia pensar em casar comigo? Lembra-se disso? Perguntou Fabíola
Ela abriu a pequena caixa e dentro estava o anel. O jovem médico ficou calado.
- Pois faça o pedido agora.
Heitor ficou sem jeito, mas prosseguiu.
- Senhorita Lassale. Gostaria de casar comigo?
Fabíola nada falou, apenas acenou positivamente.
Após o jantar os dois foram para a mansão beber um pouco de vinho. Enquanto Carlo servia a bebida nas taças, Fabíola foi rapidamente até seu quarto. Chegando lá, jogou-se na cama sem entender o que tinha feito naquela noite. Apenas uma coisa era certa, iria se casar. Seria uma loucura ou simples vingança contra Mário?
A moça voltou à sala de visitas para fazer companhia ao médico. Carlo notou o anel em sua mão, mas nada falou desta vez. Enquanto isso Mário chorava em frente à casa de Fabíola.
A irmã avisou Cristiano por e-mail sobre o casamento que aconteceria em três meses e implorava a presença do irmão na cerimônia. Ao ler, Cristiano comentou:
- Casamento? Ela está louca?
A mãe também soube por e-mail do evento e estranhou o fato mais do que o irmão.
- O que ela pretende com isso? Perguntou-se a mãe.
Luma visitou Fabíola na tarde do dia seguinte em sua casa.
- Deixe-me te perguntar uma coisa – disse Luma.
- Pode falar.
- Quando me perguntou aquilo, sobre um relacionamento após a ruptura do namoro, eu não entendi. Você está tendo algum caso novo?
- Vou casar – respondeu Fabíola.
- Como? Repete, por favor.
- Daqui a três meses vou casar com Heitor Monteiro.
- Heitor Monteiro? Não era o médico com quem o teu pai queria te casar?
- É ele mesmo.
- Mas por que você faria isso? Vai deixar seu pai vencer?
- Não, essa escolha não foi por causa dele, eu a fiz de livre e espontânea vontade e com a cabeça limpa.
- Tudo bem, não sou eu quem vai te impedir de se casar com quem você quer.
- Ah, você será minha madrinha. Aceita?
- É óbvio que sim. Imagina se eu iria recusar um pedido desse de uma amiga.
As duas passaram o resto da tarde conversando. Luma percebia que a amiga estava muito mais alegre agora, mas tinha muitas dúvidas sobre a união dela com Heitor.
O casamento com Heitor Monteiro iria realmente acontecer, mas seguiria alguns requisitos impostos por Fabíola e relutantemente aceitos pelo médico.