Uma história a dois ( Parte III )
... O que vem a seguir é uma tentativa de relatar com a escrita o que vai ao coração- ou talvez seja só desejo- de dois “quase amantes” bem longe... Longe! Não sou fofoqueiro, mas onde há fumaça há fogo! E... Seguem-se e-mails...
Data: seg. O7 Jan 2009 10h
De: mocinhadosertao@estrelas.com
Para: mancebodesp@lua.com
Assunto: RE: Ver estrelas
Olá... das estrelas...
Um dia eu fui ao rio banhar e ouvi um barulho... Eram os meninos da rua escondidos nos matas para me assustar. Na época, eu julguei realmente ser um bicho ou uma grande cobra como as que por vezes ficam presas na rede de pescar de meu pai... Contei a meu tio Júlio da maquinação dos meninos e ele para me acalmar falou-me de uma história: Há muitos anos quando os homens não pescavam na piracema havia em Piracuruca um peixe roncador- pirarucu... Falou-me também de uma baleia que morava embaixo do caixão de Jesus Cristo na igreja matriz de Nossa Senhora do Carmo... E fiquei ali, ouvindo pasma, sem compreender o que era uma baleia, nunca havia visto nem em livro... Eu era pequena e ainda não fora à escola, isso era para quem tinha sete anos... Eu estava perto... Perto de ir...
Um Beijo e já tens o nome de minha cidade, fica no Piauí, e há aqui o Parque Nacional de Sete Cidades...
Da mocinha do sertão...
Que vemos aqui? Devo dizer que a mocinha do sertão pede que se registre à luz da fantasia sua história de vida? Penso que ela poderia ter apenas escrito em uma página de papel uma brevíssima imagem de sua cidade... Mas, não! Parece ter a tentação de ser uma contadora de histórias... E isso não é decerto meu trabalho? Pois que se faça como quer... Depois... Depois...
Data: seg.08 jan 2009 21h
De: mancebodesp@lua.com
Para: mocinhadosertao@estrelas.com
Assunto: Cismando sozinho
Adorável Mocinha do Sertão,
Imagino aí ser um lindo lugar, onde se pode sentar à sombra de árvores enormes ou ficar cismando sozinho olhando o horizonte distante ou o grande rio. Imagino uma cidade romântica com as belezas simples de seu povo, com os cheiros e com o azulado das serras. Imagino as moças sorridentes, os meninos peraltas e nas noites de luar o rapaz apaixonado dedilhando um violão na soleira de histórico casarão.
Agora cheguei a viajar... Beijos.
Continua...
Guilhermino & flordecaju
(... a quatro mãos...)