O TELEFONE
O telefone toca, o meu coração faz o eco. Alguém atende. "Será para mim?", penso.
Ela chama outra pessoa. "Não, não é", concluo.
Olho, ele está no gancho.
Triim... Triim... outra vez.
Fico apreensiva. " Por que não atendem?", pergunto-me.
Atenderam. Chamam novamente a mesma pessoa.
"Tinha caído a ligação", comenta.
Assim foram-se passando as horas... os dias...
À noite, nos meus sonhos, o triim do telefone perseguia-me.
Já tinham se passado vários dias e... nada.
Acordei-me com a sensação de que ele não iria decepcionar-me. A minha intuição me dizia e eu resolvi apostar nela. Fiquei atenta.
Cheguei cedo ao trabalho.
Os minutos foram passando, as horas se acumulando e o telefone tocando, mas não era para mim.
Fiquei com raiva e decidi não dar importância aos toques insistentes dele.
Meio dia... e nada.
Absorta no meu trabalho, fiz dele um mero instrumento, não deixando transparecer que era o único meio de comunicação que podia fazer-me feliz. Acho que ele entendeu a minha angústia e fez seus contatos.
Final do dia... mais um sem notícias.
" Vou verificar a minha caixa postal de novo", pensei.
Disquei o número. Esperei...
Para a minha felicidade, depois de vários dias, estava gravada a mensagem que eu tanto esperava.
- Oi amor... Ligue-me urgente! Estou com saudades.