ESPERANÇA:/5º CAPÍTULO
-Tudo bem, um dia nós falaremos sobre isso se você quiser, nós temos todo tempo do mundo, ou não...
Assim Jorge e Lia caminharam em silêncio, cada um preso em seus próprios pensamentos até chegarem ao jornaleiro, onde se despediram.
E cada um seguiu seu caminho.
Lia não sabia por que aquele homem a perturbava tanto, a ponto de lhe deixar sem jeito quando estava ao lado dele.
Jorge comprou seu jornal e sentou-se na pequena praça ao lado da Igreja da Paz.
Como sempre sentia muita saudade de Laura e ao mesmo tempo ficava desesperado sem saber por que ela não voltou para casa aquele dia. Onde ela havia ido, e com quem? Desde o dia em que Laura morreu os dias de Jorge eram da mais completa agonia e interrogação.
Até agora ele não entendia como conseguia viver dessa maneira triste e sem esperança de dias melhores.
-Ah, Laura! Por que você partiu assim tão cedo e de modo tão trágico, ficaria mais feliz sabendo que você me abandonou por outro, pelo menos eu saberia que um nós dois estaria feliz, mas assim dessa maneira como posso pensar em felicidade.
-Tínhamos tantos planos e tudo acabou assim, agora estou sozinho, triste sem perspectivas de ser feliz. Perdido na minha saudade de você.
Preciso fazer algo para esquecer o meu passado ou vou acabar enlouquecendo de vez.
Jorge deixou na sua cidade vários amigos e parentes incumbidos de dar-lhe notícias, caso houvesse alguma. Eles não gostaram muito da idéia da dele partir para lugar nenhum como ele dissera antes de ir, mas entendiam que ele precisava mesmo de uma mudança em sua vida e nada melhor começando por mudar de cidade, uma nova vida é o que ele precisa concordavam todos.
Enquanto Jorge sentado naquela pracinha olhava o jardim florido, se viu pensando em Lia, tão meiga e triste, qual seria a causa daquela tristeza numa moça ainda jovem e de uma rara beleza angelical, com seus cabelos longos e encaracolados, e lindos olhos azuis como um céu sem nuvens, mais parecia uma fada das histórias infantis.
Continua...