No Balanço do Amor
Sinopse: A vida vive nos pregando peças, são armadilhas á cada passo que damos erros, perdas, desilusões e ensinamentos que nos fazem amadurecer.
A mesma coisa acontece na vida de Anne, ela não queria e nem precisava saber o que era o amor, tinha como prazer partir o coração de cada cara apaixonado em dois. Motivo ela não tinha nenhum, seu lema era viver intensamente antes que seja tarde demais, e nesse viver intensamente a vida acabou lhe pregando várias peças.
•
Primeiro Capítulo
“Ai, onde estou tudo gira ao meu redor e eu não consigo identificar se estou em casa ou não, ai minha cabeça, se pela menos ela parasse de doer eu poderia me levantar e tomar um banho preciso disso sinto que estou em péssimo estado”
Era isso que Anne falava para si mesma em seu interior, estava completamente bêbada e não conseguia discernir onde realmente se encontrava, com muito esforço, ela sai da cama onde havia dormido a noite toda. Nisso acaba por perceber que estava sem roupa, envergonhada pelo seu estado cobre-se com o lençol branco que estava no chão.
Aos poucos conseguia enxergar que se encontrava em um quarto de motel e que na cama onde havia dormido tinha um homem nu, que parecia estar pior do que ela, ela percorre o corpo dele com os olhos e vê que ele segurava uma garrafa de vinho das mais caras e fortes. Sentia-se suja por ter chegado á tais condições, nem ela mesma conseguia entender porque agia daquela forma, quando pequena era tão comportada e tímida.
E agora tinha se tornado uma arrasa corações, deitando-se com todos os homens que saiam e traindo seu namorado Rodrigo, estava com ele fazia um mês, nunca conseguirá ficar tanto tempo com um cara, nunca tivera um namorado de verdade.
E reconhecia que seus atos estavam errados, não podia trair uma pessoa que amava ela de verdade ou apenas fingia amar, será que ela o amava?
Anne se perguntava isso todos os dias, na verdade estava com Rodrigo por estar, não era amor, era apenas uma atração, coisa que ela sentia por todos.
Não sabia o que era sentir amor de verdade e não estava nem um pouco interessada em saber, quantas vezes encontrou sua amiga Ana chorando por um mesmo homem, nem palavras de conforto ela sabia dar para consolá-la. Porque realmente nunca havia amado.
Anne acaba voltando á si quando vê que o homem ao qual ela havia dormido tinha acordado e estava beijando sua nuca.
_ Tá pensando em mim meu amor?
Assustada ela se afasta dele rapidamente com uma expressão de medo, não conseguia saber quem era ele e só queria sair dali o mais rápido possível.
_ Quem é você?
_ Dormiu comigo e não sabe quem eu sou? – pergunta ele rindo – Tão lindinha e mais parece uma prostituta, sabe que eu tenho pena do meu amigo Rodrigo por namorar uma pessoa como você, uma pessoa tão vulgar e olha que ele te ama hein? Mais pelo o que vi na noite passada você não sente nada pelo coitado, nadinha, acho que nem pena. O que será que ele vai fazer quando descobrir que você é uma qualquer?
Anne desejava que o chão se abrisse ali mesmo e ela caísse em um buraco negro onde ninguém a encontrasse, tudo aquilo era uma verdadeira vergonha á sua imagem. Agora sim consegui se lembrar do cara com quem havia se deitado, era amigo de seu namorado e os dois haviam sido apresentados quando Rodrigo á tinha pedido em namoro. Sentia-se suja, imunda e indigna de perdão, começa a sentir seus olhos ardendo e logo as lágrimas molhavam-lhe a face, recosta-se na parede e aos poucos vai sentando no chão, já quase não segurando o choro.
Não se dando conta que o amigo de seu namorado estava agachado ao seu lado, com a mão em seu queixo á forçando olhar para ele.
_ Olha pra mim!
_ Sai daqui, sai daqui! – gritava ela não segurando as lágrimas – Por favor, não fale nada para o Rodrigo, ele não merece isso, ele não merece uma pessoa como eu, olha eu faço o que você quiser, mais não fala nada. Não quero magoá-lo. Só peço isso.
Thomas, como se chamava, olha fixamente nos olhos dela e começa a rir, adorando se torturar com a dor da namorada de seu amigo iria tirar um ótimo proveito com aquilo.
_ Quer se fingir de coitadinha agora é? RS Pois comigo não cola safada, quando sair daqui ele será a primeira pessoa á saber quem você é de verdade. O tipo de mulher vulgar e ordinária que és. – Thomas falava isso com um tom seco e segurava os cabelos de Anne, que se encontravam entrelaçados em seu dedo.
Angustiada com aquela situação, ela põem seus pensamentos em ordem e o que faria em seguida só dependia de coragem. Não ia deixar que ele fizesse dela o que bem entendesse, quando decidida o empurra e corre em direção ao criado mudo pegando a garrafa de vinho e apontando em direção dele, não pretendia o matar, só queria sair daquele quarto imundo.
_ Fica longe de mim, isso é sério.
_ Uau! A gatinha resolveu mostrar as garras, na verdade é uma tigresa, ontem á noite pude comprovar isso muito bem, aposto que minhas costas estão cheia de marcas de sua unha.
Escuta uma coisa, se me machucar vai pagar caro, larga isso.
_ Não tenho nada a lhe pagar, seu canalha, agora ou me deixa sair deste quarto imundo ou vou quebrar essa garrafa na sua cabeça, e mesmo que acabe te matando, farei um bem á humanidade. – com isso, Anne joga a garrafa sobre Thomas, que por pouco não é atingido na cabeça. Aproveitando que ela estava desarmada, ele corre até ela a jogando sobre a cama e pondo suas mãos ao redor de seu pescoço a sufocando.
_ Está ficando louca sua vagabunda? O Rodrigo vai descobrir tudo, tudo mesmo e vou fazer questão de que ele te humilhe diante de toda á sua família. Com quantos já foi pra cama, hein? Aposto que já perdeu a conta, ordinária.
Anne não conseguia fazer outra coisa a não ser chorar, nunca em sua vida tinha sentido tanto medo, estava errada e sabia muito bem disso, mais não queria fazer Rodrigo sofrer e estava disposta a terminar com ele. Mais como, como faria aquilo com as ameaças de Thomas?
_ Por favor, me deixe ir embora, prometo que saio da vida do seu amigo, mais não me machuca. – suplícios em meio á tanta dificuldade de respirar e falar.
Fora de si e alcoolizado, ele acaba por dar lhe uma bofetada em seu rosto, despertando a fúria de Anne, que o empurra contra a janela, e com o lençol amarrado no corpo corre até a porta, agradecendo á Deus por ela estar destrancada. Desce as escadas sujas e fétidas daquele motel e avista seu carro, não se importando com suas vestes ela corre e consegue adentrar em seu pequeno carro, procurando desesperadamente as chaves, não conseguia controlar as lágrimas que brotavam como cachoeira de seus olhos, borrando toda a maquiagem e caindo sobre o lençol que cobria seu corpo nu.
Abrindo a porta luvas encontra as chaves do carro e rapidamente o liga, avistando de longe que Thomas corria em direção ao seu carro, logo dá marcha ré e sai cantando pneus.
Põem o carro em alta velocidade não se importando se iria ser multada ou não, queria estar longe daquele motel e chegar o mais rápido possível ao encontro de Rodrigo, antes que uma tragédia pudesse acontecer, olha pelo retrovisor do vidro e vê um carro que vinha de longe a seguindo, e logo detecta que podia ser Thomas.
Nisso, acaba pisando fundo, e desvia seu olhar da estrada e quando volta a focar, já era tarde demais. Seu carro se choca com uma carreta que passava, fazendo que capotasse diversas vezes e indo parar floresta adentro.