ERA UMA VEZ...
Era uma vez...
Quase amanhecia e ela continuava ali parada ...
Olhava fixamente para um ponto vazio...
Quase todas as noites e madrugadas era a mesma coisa...
Esperava, esperava e esperava.
Acabava vencida pelo cansaço e se recolhia ao leito
ainda muitas vezes para um sono de somente duas horas.
Pobre mulher!!! A espera deixava seu belo rosto com semblante triste,
os olhos quase sempre lacrimejantes, as mãos não paravam se esfregando uma na outra,
os lábios marcados pela pressão dos dentes.
Sonhava com a felicidade que quase nunca vinha...
Amava perdidamente um amor que era toda a sua esperança.
Um amor que quando presente, fazia-a esquecer da espera, do cansaço...
Um amor que lhe trazia a calma, a paz, a alegria...
Um amor que tudo sabia, que tudo via e que nada passava.
Um amor que se fazia saudades, mas nunca o esquecimento.
Pobre mulher condenada , iludida!
Passava a vida ali parada .. Olhando para um ponto vazio...
Semblante triste, mãos agitadas, lábios apertados, olhos lacrimejantes,
coração apaixonado, esperança na mente e saudades na alma.
E, era uma vez...
Quase amanhecia...