OLHARES

Fim de tarde, sol ainda abrasador, entro em um bar para saciar minha sede.

Logo na entrada a minha direita observo uma moça sozinha em uma mesa com um copo de suco a sua frente.

Procuro um lugar no lado oposto do salão e peço ao garçom um chopp.

Observo que no amplo espaço somente eu e ela estávamos presente.

Enquanto aguardo ser atendido a procuro com um olhar e constato que olhava para mim.

Quando nossos olhares se cruzaram dissimulamos ao mesmo tempo.

Ela desvia o olhar em direção a janela, e eu a partir desse instante, encantado com a beleza do seu rosto não consigo mais mover meu olhar da sua direção.

Por varias vezes nossos olhares se tocaram.

Criou-se entre nós uma emoção incontida da qual eu e ela éramos cúmplices.

O tempo foi passando quando de repente ela chama o garçom e pede a conta.

Fica em pé se colocando entre o sol que entrava pela janela e meu olhar, permitindo que observasse sua silhueta perfeita sob um vestido leve que parecia acariciar seu corpo.

Seu cabelo dourado com o brilho refletido pelos raios do sol tornava seu rosto mais lindo.

Com delicadeza e elegância pega sua bolsa e caminha em direção a porta de saída.

Atravessa a rua e entra em um carro preto estacionado.

Lentamente vai embora voltando seu rosto em minha direção para um ultimo olhar.

Permaneço no meu lugar estático pensando no momento sublime que acabará de viver.

Pessoas foram chegando, terminei o chopp e paguei a conta, não havia mais motivo para permanecer naquele lugar.

Duda Menfer
Enviado por Duda Menfer em 23/12/2008
Reeditado em 22/06/2017
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