Cirandinha da Fonte dos Desejos
primavera dos horrores
na favela não há flores
nas torneiras não cai água
e dos olhos só as lágrimas
lá no morro chove bala
corre sangue pelas valas
nos canteiros muitas dores
para sempre a gente cala
lá se regam os temores
não se escuta, vê ou fala
não se morre mais de amores
nem de açoites na senzala
MARCANTE, Alexandre.
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