GEMIDOS DE UMA ANA
há pouco bateu uma saudade
inesperada
de ouvir seus gemidos,
assim meio safada,
um pouco puritana,
um pouco fada,
um pouco ana,
lady godiva, meio diva,
deusa,
musa,
intrusa,
inclusa
em meus delírios sem brios,
apenas instinto,
poros sem decoros,
sem pudor ou amor ou piedade ou maldade,
apenas saudade
de seus gemidos,
grunhidos enclausurados
em tempos idos,
findos,
lindos
numa ciranda de saia rodada,
grudada
naquele banco da varanda
onde tenho saudades,
agora branda,
de sua voz entrecortada,
misturada
com gemidos oprimidos,
reprimidos
mas destemidos,
de pura gana,
soberana,
de uma ana.
*interação 22/02/2020 17:29 - Anhie
Bendita Ana,
que de tão insana
Uma ciranda ganha.