O boto
Que moço bonito, de olhos dourados
Marchetados do verde das águas do mar
Tem pele morena e tez tão serena
Refletindo a noite de parco luar
Caminha faceiro, chapéu meio ao lado
Tem em si um gingado, não sei explicar
Só sei que as moças da minha cidade
Esperam na janela o moço passar
Com seu violão, aos pés de um sobrado
Nem nada acanhado, começa a cantar
Dedilhando cantigas, modinhas antigas
Fazendo as mocinhas por si suspirar
Quem é esse moço , qual seria sua graça!?
Ninguém até hoje consegue explicar
O que se sabe, porém, é que por onde ele passa
Uma moça bonita se põe a chorar