Poeta Caboclo
Sandra Lúcia Ceccon Perazzo
Ah! Meu poeta caboclo
quanta saudade neste meu coração
que chora lembrança
deixada na memória
Ah! Meu poeta caboclo
Quantas tardes ao som da viola
enquanto compunha seu verso e prosa
meu silêncio em delírio suspirava
sem nenhum murmúrio, eu toda briosa
Era tanta formosura e graça
que até a árvore se curvava
para ouvir sua doce fala
que a cada som suspirava
No meio dos troncos cobertos de flores
sentava eu ao seu lado
moça mimada da cidade
para quem entregava
seus riscos e rabiscos
cheio de orgulho e de glória
Ah! Poeta cabloco
Era tanta beleza no poema pureza
que batia tanto amor no peito da gente
que nossas faces em rubros disfarces
sorriam de tamanha felicidade
Hoje, já não sei
onde anda o meu cabloco poeta
com seus versos e com a sua viola
pois a vida com sua volta
deixou-me apenas a voz remota
e nem ao menos uma rota...
09/05/2007