PROTESTO DE POETAS
Os poetas estão em greve!
Estão de luto!
Queremos poesia, queremos poesia!
E o protesto continua....
O protesto só pára quando o relógio perder as pilhas.
Os segundos quietos. silêncio!
As coisas da guerra são coisas de outro mundo.
(Vitor Berigo)
Coisas de um mundo louco,
onde o povo faz ouvido mouco
e não chora com o lamento dos poetas,
preso nas engrenagens enlamaçadas
da fétida turba que cala nossa voz.
(Claudia Nunes)
Garganta engasgada.
Não respiro.
Abafado mundo.
A brincadeira da fumaça.
Sou as cinzas!
Poesia!
(Vitor Berigo)
Sou a poesia que sangra pelas veias abertas,
Vielas putrefadas de enxofre e estrume.
Onde me afogo.
Onde me mato.
Onde me caço
E renasço!
(Claudia Nunes)
Se todos pensassem da mesma forma,
Mudariamos esse mundo que é uma droga,
Droga essa que nos cansa,
Acaba com os sonhos de uma criança que nunca teve paz,
Que estampado nas calçadas sujas e imundas,
Dessa realidade absurda, nos tornam incapaz.
Vamos lutar e protestar contra esse mundo corrupto, sujo
Em que vivemos,
Vamos prestar atenção no que os poetas têm a dizer,
Pois temos muito a ensinar aos que insistêm não aprender.
(Nilmário Quintela)
"Poesia, existe:
É só barafundar
Os estreitos caminhos
De pedregosos sítios maninhos
Onde os versos estão a se ocultar;
Fogem da verborragia inclemente
Dos tempos de sofreguidão,
Onde o vernáculo apanha, de montão,
De vil palmatória presente:
E escatológicas definições
Que, na boca de milhões,
Vira um 'fluir envolvente'!
A poesia se esconde,
Porque percebe,ao longe,
Seu extermínio iminente."
(Jorge Luiz da Silva Alves)