CAIPORA JURURU

CAIPORA JURURU

Homem branco

não sabe fazer sinal de fumaça,

bota fogo na mata.

O lume clareia a escureza

na mata virgem,

pinta de sangue o céu,

vira cinza o verde do mundo,

enluta o coração aborígene.

Cari babaquara,

caipora jururu.

A água do rio vai e não volta,

os bichos fogem pra lugar nenhum,

a caça rareia,

a fome veio pra ficar

e o índio também não tem onde morar.

Cari babaquara,

caipora jururu.

A mãe terra vira areia,

india bonita não tem aonde

a sua beleza banhar.

Homem branco

tinha que ficar no seu lugar.

Cari babaquara,

caipora jururu.

Publicado na Ciranda Planeta Terra - Grupo Ecos da Poesia.

Confiram minha participação no site:

http://ecosdapoesia.net/cirandas/planeta_terra.html

PUBLICADO NO LIVRO ANTOLOGIA DE POETAS BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS 38 - AGOSTO DE 2007 - CÂMARA BRASILEIRA DE JOVENS ESCRITORES -RIO DE JANEIRO