DIANTE DO ESPELHO (Falando ao meu e ao teu coração)

Noite muito fria.

Fria e chuvosa, como a tanto tempo eu não via.

Trovoadas, relâmpagos, reflexos, arco-íris, espelho d’alma...

Silêncio.

Apenas o som na tv que minha mãe está assistindo. Em SAMPA o noticiário diz que o clima lá está semelhante ao daqui.

Sozinha e silenciosa, reporto-me ao passado, diante das águas tão cristalinas de um lago, que mais parecem um espelho, refletindo a paisagem exterior ao meu redor e que, aos poucos, me transporta a uma viagem ao meu interior.

Busco em minhas lembranças algumas molduras e não gosto de muitos momentos retratados na tela, mas que existiram. Se soubesse como e pudesse voltar no tempo, escreveria a história novamente e a sua junto da minha. Pintaria novos quadros. Agora com mais entendimento, mais vida, mais cor, mas misturando somente tons imprescindíveis.

Observando outras paisagens, percebo que também gosto dessa Jandira que se me apresenta agora, que vem navegando neste barco chamado vida e que se transformou, de certa maneira, numa terra produtiva.

Gosto, sim:

- da filha, da irmã (apaixonada pela família), da amiga, leal, sincera; com princípios, e valores aprendidos e nunca esquecidos;

- da professora dedicada, responsável (que não media tempo, esforços e dinheiro, quando se tratava de ensinar);

- ser humano batalhador, firme, transpondo barreiras altas;

- da amante da natureza, dos raios de Sol, das noites estreladas, da Lua prateada, do mar, do jardim, do beijo sonhado, da carícia de uma melodia falando juntinho ao coração, da poetisa e sonhadora...

Se fui ou sou amada não sei. Corro atrás dos meus sonhos itinerantes, porém eles parecem estar como o horizonte: sempre à minha frente e longe do meu alcance.

Tantos sonhos!

Quantas ilusões perdidas!

Calo-me e espero.

E como escreveu nosso grande poeta, Vinicius de Moraes:

“Ouve o silêncio

Se fez de repente

Para o nosso amor

Horizontalmente”...

E mais! ... “Deixa as palavras à poesia..."

E eu escrevo a você:

- Me ama da maneira que só você sabe fazer.

E no dia seguinte não vá deixar de me querer, pois eu tenho muito medo de nunca mais te ver!!!

Jandira Ferreira/Jan/Jandamel.

Caiçara – Praia Grande

São Paulo - SP

Poema desabafo de Jandira Ferreira/Jandamel, escrito em 26/06/2.002, numa época em que vários acontecimentos graves e importantes aconteceram, tudo ao mesmo tempo, marcando minha vida para sempre.

.perda do meu pai,

.aposentadoria,

.separação amorosa,

.mudança de endereço por problemas familiares, etc.

Jandira Ferreira Jandamel
Enviado por Jandira Ferreira Jandamel em 11/09/2015
Reeditado em 24/09/2015
Código do texto: T5378515
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