AVES - continuação
PANGEA: CIRANDA - AVES
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Marco Bastos:
Para Dani Morreale
pintassilgo de prata
teu ouro, teu couro,
flor exata.
Dani Morreale:
Resposta ao Marco Bastos:
calopsita de ouro
tua prata, até lata
enfeita cor de mulata.
Marco Bastos:
Resposta a Dani
criptonita, minha gata,
o céu inteiro numa boa,
gaivota nem na proa da fragata.
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Dani Morreale
Resposta - ao Marco
Ó bico sem pena
em papel de ocre
desenha gravata
em giz de nuvem
canta em pios
os nós em saia
em canto-sabiá
sabe na mata
a orquestra que dá
Dani Morreale
Marco Bastos
sabiá nas alterosas
resposta a Dani Morreale
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ó bico sem gravata
desata o canto
nem mesmo em_saia
já voa por aí
meu sabiá de saia.
Marco Bastos
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Dani Morreale
sem aliteração
Altero as rotas
asas sem aliteração:
nas Minas vôo na vida
na presa miro o dia.
Ensaia o som e grava
nas criaturas o eco fala
sem saia des_ata gravata
do dia guarda a noite
a noite abre_alas ao dia
para qualquer sabi(á)
Marco Bastos
resposta a Dani Morreale
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hoje sibilo o canto
para qualquer sabiá
que sabia
de aliteração
e ali teria
as asas para voar
parnavuê, parnavuá
altero as rotas
das notas
na garganta das montanhas
alterosas
nas grotas brutas
e frotas
desejo
frutas no teu pomar.
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Dani Morreale
resposta ao Marco Bastos
O zumbido não sabe nada
antenas seguem faros
de eucaliptos convictos
com caules de cálcio
prendem o bico
em tantos bicos
um silva a proa
para do açude se refrescar
qualquer rota
as gotas são muitas
para asas, assim, alçar.
Marco Bastos
BEIJA - FLOR
resposta a Dani Moreale
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se alças
alçam a essas alturas,
zumbem e zunem as asas
dos beija-flores
píncaros crepitam
nos brotos dos eucalíptos
são críptas escritas lá
nos tímpanos
agudas notas ao vento
são ais que cantam já
açudes não há na alma
altiva cativa minha
para se refrescar
lhe mando um sol
pro seu po(e)mar.
Marco Bastos
Dani Morreale:
resposta ao Marco Bastos
Cript(o) válvulas
para semear obras
Ser captado de agulhas
das fincas dores agudas
circundam raios desnudos
da alma-alvura e pura
para semen(te) e germes
brotar em terra solta
das plumas ida-vidas
de ares soltos e brisas
fulminam o brilho de lírios
em ventos abrasam destino
de cantos cato-ventos
para altos e ativos
destrinçar real momento
PATATIVA E JACUTINGA
Resposta a Dani Morreale
Marco Bastos
infestos gestos revistos
serena agulha dos fatos
quebranto quebra a caneta
magia canta meus cantos.
lírios germinam tão castos
dos olhos o santo colírio
ex_pirros pluma-raios e brumas
santo-ofício, ferida nos cirros
mitral, válvula que fecha
tricúspide puxa o cabresto
no solo o sol da alvorada
gatilho no sal pro incesto
lento gato, patativas ativas
no momento pegam no galho
não voa na brisa da história
jacutinga e batata-baroa.
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