ADEUS ÀS BORBOLETAS
Jorge Linhaça
 
 
Digo adeus às borboletas
deixo-as à voar  ou a morrer.
Despeço-me do meu jardim:
que o entulho o recubra enfim.
Que os cardos e os espinhos
afugentem os passarinhos,
tingindo o chão de carmim.
 
Adeus  versos...adeus poesia,
-borboletas saídas de mim-
quem sabe encontrem um dia
refúgio nalgum outro jardim
Cala-me a voz a agonia,
silencia-me a alma a covardia
dos que tanto exigiram de mim.
 
Quiçá um dia brote deste pranto
um canteiro de flores verdadeiras
não as de sorrisos plásticos, mancos,
a esconder o desamor na algibeira.
 
2-
ADEUS BORBOLETAS
Luiza Porto
 
Digo adeus...borboletas
deixo-as voar em outros jardins.
Despeço-me em agonia
que morra todas as flores.
Que o limo e a tristeza
levem os passarinhos
a cantar em outras paragens.
 
Adeus versos...Adeus poesia
que as borboletas
que vivem
em um canto do meu coração
se encontrem um dia
no alvoroço da manhã.
 
Cala-me a voz
silêncio na alma
não tenho mais nada a falar.
Morreu a poesia.
 
Quem sabe um dia
voltem as borboletas
e em meu jardim.
Brotem flores de alegria.
 
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3-
 
ADEUS MEU AMOR
 
 Era, no final das contas,
para que eu te cobrisse
com os raios do sol
no início da primavera.

Só assim eu poderia plantar
sorrisos coloridos e ingênuos
no teu rosto de menina.

Mas na tarde preguiçosa de verão,
esse sol frio, produz uma sombra
mesclada e calma na janela
e emoldura teu rosto,
em um espelho que não é meu,
em um sonho que não me pertence.

Hoje a Lua vai dormir
nas folhagens da tristeza,
levando com ela as flores
que ficaram pelo caminho
e essa esperança leve, quase morta
de um dia poder olhar dentro te teus olhos.
Pois o puro amor nunca morre.

 
"Apenas adormece".
 
Giovanni Leandro
 
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4-
ADEUS ÀS BORBOLETAS
 
Digo adeus as borboletas..
Que voem para o infinito
Levando meu grito de agonia.
Se possivel alcance uma estrela e nela deposite
Todo a saudade de meu ser já quase sem esperança
 
Na minha poesia já não encontro as rimas
Ficaram naquele adeus..
Se assim for, para sempre será
Se a luz acender, nunca mais se apagará
Se encontrar a rima que o poeta escreveu
A poesia é você e a poetisa sou eu !
 
E no azul desse infinito céu um colorido brilhara
Meus olhos cheios de lagrimas e cansados veram
as borboletas voltaram para trazer
O aroma desse amor infinito 
E a lua que tantos segredos guarda
Um dia podera te dizer
 
Aut: Flor de Seda
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5-
ROSA VERDADEIRA
Malu Otero
 
 
Borboletas revoloteiam travessas
Sem se importarem com o que se determina
Mas de você depende continuar a vê-las
Não deixe proliferar as ervas daninhas
Não deixe morrer as flores sem fim
Não afugente as lépidas andorinhas
Não pense mais assim
 
A poesia sempre será companheira
Tão suave como uma doce melodia
Esteja certo, nunca vai  nos abandonar
Não se deixa morrer ao findar a luz do dia
Porque o poeta sonha e jamais pode calar
 
Isso não pode acontecer
Não deixe abandonado o teu jardim
Sempre renascerá a esperança, podes crer
As pragas serão varridas até o fim
Se secará totalmente o pranto
Por ação da rosa verdadeira...
A que embala sonhos e nosso canto
Que existe e persiste a qualquer barreira
 
 
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6-
Adeus as borboletas ao por do sol 
Helô Abreu
 
Quando o sol  partir no horizonte
da madrugada,
E atrás de nós ficarem apenas
sombras vincadas
De um dia que nos sufoca
borboletas desfalecerão
em voos rasos de loucura,
Apetecerá então abraçar-te,
até que os olhos se tornem claros,
Pois os teus sorrisos
não são nada quando me olhas
E murmuras que sou a única,
A mais colorida borboleta
que volteia ao teu redor...
 
 
E quando, belas, sobrevoarem
sobre a nossa pele nuvens de borboletas,
Quando  nos acertarem e sugarem para sempre
O sangue da vida que nos corre nas veias,
Quando o tempo se saciar de nós e da nossa paixão
E nos levar no vento para abismos de escuridão,
Vou abraçar-te,
até que os braços não possuam quaisquer forças,
Vou olhar-te,
na profundidade dos instantes de música
que suspendemos no ar,
E vou beijar-te as lágrimas,
para que te sequem no rosto.
como se meus lábios
fossem suaves asas de borboletas..
 
E o sono, meu amor, é sempre breve,
Porque a brisa nos derruba
sempre no calar das manhãs,
Porque os segundos..
As horas e os dias nunca terminam,
E  no momento
em que a morte nos penetrar
Diremos adeus ás borboletas
coloridas e belas ao por do sol..
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7-
Borboletas
Pedro Valdoy
 
Estive preso no casulo
as trevas estavam encerradas
mas finalmente a liberdade
com a beleza da natureza
 
Sei que minha vida é curta
estou vaidoso com minhas asas
frágeis leves solitária
naquele jardim deserto
 
Meu coração tão pequenino
sentia-se feliz
Mas meu corpo estremeceu
com aquela rede horrorosa
 
Minha morte inesperada
com a violência dos humanos
lá fiquei com a minha tristeza
espetado num horroroso livro.
*****
8-
NÃO DIGO ADEUS ÀS BORBOLETAS
 
Aurea Pinto de Miranda
 
Por que dizer adeus às borboletas?
São musas a passear por entre as flores,
oferecendo, em seu bailar de cores,
cirandas, sinfonias e retretas
 
no pentagrama aéreo – onde os amores
desfilam em requintes de operetas...
Ah, não hei de jogá-las nas sarjetas
de meus caminhos: antes, em louvores,
 
faço-me devotada ao seus encantos,
retribuindo os doces acalantos
com que me brindam displicentemente.
 
E, ao se afastarem, agradeço e rogo
– curtindo, na esperança do "até logo!..." –
que povoem, por sempre, o meu presente.
 
Porto Alegre, 27/10/07
aurea.m@terra.com.br
 
9-
DESEJOS
 
Não...
Não quero dar adeus às borboletas!
Quero tê-las passeando no jardim...
Quero vê-las graciosas,
coloridas,
beijando as flores levemente,
com seu carinho decente
que já não se vê por aí...
 
Não...
Não quero perder as imagens...
a dança inigualável...
o recado sutil
de quem já vai mudar de moradia...
Vai pra casa do vizinho,
por uns dias,
conhecer outras árvores floridas...
 
E, com certeza, não vai mais voltar!
 
Quero ver as borboletas perto de mim...
todo tempo permitido pra sonhar! 
 
Yeda Araujo Pereira/PL/RS


10-
BORBOLETA
 
Ana Kilesse
 
 
Borboleta colorida,
Translúcida...
Voa e povoas meu pensamento.
 
Traz a leveza, a transparência.
Das mentes que burlam a consciência
Em busca quem sabe de algo mais
Que se esconde bem no fundo
Do inconsciente.
 
Por medo ou vergonha,
De sentir o prazer
De poder levitar.
Levitar de emoção e êxtase
Diante da vida que leva a sonhar...
 
Sem preocupações nem medos.
Sentindo tudo que a vida pode lhes dar.
Borboletas azuis e amarelas
Sois belas pelo simples fato
De voar livremente.
 
Liberdade que a natureza
Proveu-lhes sem cobranças
No teu efêmero tempo.
 
11-
 

As borboletas

João Carlos (Rother)

 

Quando o vento entre as arvores solfeja,

Dizendo adeus às borboletas que se vão,

Como lírica música que a arvore boceja

Quando as pétalas são jogadas no chão.

 

Borboletas são as luzes bruxuleantes

Das amareladas e moribundas folhas,

Não mais flores com odores inebriantes

E multicoloridas arvores em desfolhas.

 

Borboletas murmuram ao rio melancólico,

Quando as estrelas se protegem do sol

Acenando e montadas no vento eólico

Executando linda sinfonia em si bemol.

 

As borboletas são como folhas caídas,

São as lágrimas da vida de rara beleza

Nos jardins de belas flores amarelecidas

Ciclo harmonioso do mundo da natureza

 

*****

12-

DIGO ADEUS ÀS BORBOLETAS
*Marlene Constantino*


Asas em furtacor, no etéreo azul
vão as borboletas do meu Self
poesia num jardim primaveril
serenidade da alma - liberdade.


Borboletas minhas vão e vem,
enfeitam caminhos petrificados
vão pousar em solo infecundo
colorir um olhar desencantado.


Deixo-as partir sem contestar
sei que aqui voltarão a adormecer

não há morte, nem fim do mundo:
No meu peito renascem as borboletas

Aprisionamento é morte em vida

Faça-o como as borboletas,

adormecer para renascer.

Soltem as borboletas porque elas nasceram

para a liberdade, e viverem eternamente.

 
*****
13-
NEM BORBOLETAS NEM FLORES
(Grazi Henriques Ventura)
 
De borboletas e flores
Quase não sei falar.
Sei mesmo é contar das dores,
Que o amor me faz passar.
 
Borboletas voam livres,
As flores tem seu perfume.
Mas o meu amor só vive,
A me ferir de ciume.
 
Por isso não quero deles,
Nem liberdade ou olor.
mesmo as achando tão belas,
Pois elas lembram minha dor.
  (BH., 25-01-2002)
 
14-

Adeus às Borboletas

 

Para onde foi borboleta, se nem disse adeus?

Já não vem mais alegrar o meu jardim.

As flores choram de saudade a sua ausência

Esse jardim só tinha alegria e

Cores com sua presença.

Voas em outro jardim que não é o meu

Afastou-te sem razão deixando a dor

E a saudade do seu voar.

O verde da esperança já está a desbotar.

As cores da alegria estão acabando.

Volta aqui borboleta, o meu coração

É o seu jardim.

 Venha, devolva as cores que você levou.

 Pousa seu beijo na rosa que morre

Sem alegria com sua ausência.

Volta borboleta, devolva alegria ao jardim

Do meu coração.

 

Regina Silveira

Uberaba / MG

27.10.07