ciranda da vaquinha

Começamos o ano bem...rs

Jorge Linhaça, vem com um tema descontraído,

animado para soltarmos a imaginação.

Mimosa, malhada, louca, como queiram...rs

Tragam seus versos para esta divertida

união de poetas bem dispostos na ciranda

A VAQUINHA.

Para participar, enviem seus versos sem formatação para:

cirandasdeletras@cantodapoesia.net

Aguardamos a sua "mimosa" participação.

Anna Müller

Poemas

01- A VAQUINHA MALHADA

Jorge Linhaça

Lá vem a vaquinha malhada,

vem mascando o seu chiclete,

como sempre bem lhe apetece,

feito de folhas bem mascadas,

vem rebolando pela estrada

a nossa malhada é de estimação

nos dá o leite e queijo pro pão,

nos dá manteiga e a coalhada,

é uma vaca bem da prendada

que mora em nosso coração

Malhada fica toda contente,

de andar solta pelo terreiro,

passeia assim o dia inteiro

fica bem pertinho da gente

com seu olhar tão sorridente

que parece até modelo famosa

na passarela assim toda prosa,

malhada, nossa companheira,

És de todas a mais faceira,

bovina amiga, assim majestosa.

02- A VAQUINHA MIMOSA

Lêda Mello

Você falou na Malhada,

lembrei da minha Mimosa,

vaquinha mansa, a danada,

chegava, até, ser dengosa.

Eu preparava a ração

com farelo e mel de engenho.

Comia na minha mão,

lambia o prato com empenho.

Se me via na porteira,

vinha receber agrado,

chegava toda faceira

e esperava do meu lado.

Eu coçava o lombo dela,

dava dengo e conversava.

Até parece que ela

entendia o que eu falava...!

Depois ia pra ordenha.

As peias, nem precisava!

Como se fosse uma senha,

com leite farto brindava.

Amizade de criança,

doce tempo cor-de-rosa!

Guardei na minha lembrança

a figura da Mimosa.

Arapiraca (AL) - Brasil, 04.01.2007

03- O MEU TOURINHO GENARO

Luiz Poeta ( sbacem-rj ) - Luiz Gilberto de Barros

Às 8 h e 11 min do dia 5 de janeiro de 2007 do Rio de Janeiro,

especialmente para o bucólico lirismo de Jorge Linhaça e Leda Yara

O Genaro, meu tourinho,

Tem um tal de feromônio

Que faz com que o bichinho

Precise de um manicômio

Quando vê uma vaquinha...

Imagine a Mimosinha

Pastando aqui na fazenda...

Ele pega a pobrezinha,

Leva pra trás da moenda...

E diz que a ama demais...

Você já sabe, ele faz

Com ela, um bezerrinho,

E então, sem olhar pra trás,

Vai seguindo outro caminho:

O da vaquinha Malhada,,,

E chega sem dizer nada,

Dando só um magidinho;

Ela fica encantada

Com essa forma de carinho

E cede aos seus encantos...

Ah... o Genaro é um santo

Do pau oco, ele arrasta

A vaca pra qualquer canto,

Enquanto o dono é que pasta

Sabe por quê ? O meu touro

Não tem casta, nem tem ouro,

É um touro vagabundo,

Que de bom só tem o couro

Eu descuido um só segundo

E ele busca... outro tesouro !

04- O VALENTE TRIGUEIRO

Bernardino Matos

Seu moço,no meu roçado,

eu crio uma vaquinha,

não é por ela ser minha,

nem por ela ser vidrado,

quem bota nela um olhado,

concorda logo comigo,

até parece um castigo,

ter tanta beleza assim,

e não cozinhar pra mim,

vivendo no mesmo abrigo,

O nome dela é malhada,

irmã gêmea de Mimosa,

uma vaquinha fogosa,

não vendo ela por nada,

não vou perder a coalhada,

de seu leite tão gostoso,

nem o queijo apetitoso,

que fabrico todo dia,

que vendo pra freguesia,

além do doce pastoso.

Anda toda saliente,

desfilando pro Trigueiro,

um touro forte e ligeiro,

corajoso e valente,

que mete medo na gente,

qualquer dia eu solto ela,

para ver correndo atrás dela,

aquele touro atrevido,

de tanto ouvir seu mugido,

vai cair na esparrela.

Eu estou imaginando,

a beleza dos garrotes,

a linhagem dos filhotes,

e já tem gente apostando,

que vai terminar ganhando,

na exposição do gado,

com um filhote malhado,

o prêmio de formosura,

de vigor e de postura,

que é por mim tão sonhado.

Comprei sêmen congelado,

de touro do estrangeiro,

pra concorrer com trigueiro,

ele já anda intrigado,

tem medo de ser chamado,

de chifrudo,o coitado,

e a Malhada aproveita,

lá do curral ela espreita,

o trigueiro desolado.

E, assim, eu tanjo a vida,

espanto minha tristeza,

o sertão não dá moleza,

é uma luta renhida,

pra se ter casa e comida,

tem que existir a Malhada,

pra ter a minha coalhada,

e que tem ter a Mimosa,

que pro Trigueiro é gostosa,

nessa nossa caminhada.

Fortaleza, 05/01/07

05- A VAQUINHA MANHOSA

Michèle Christine

No meu tempo de criança

Manhosa é que era a tal,

cheia de dengo e bulício

alegrava o meu quintal.

A gente debruçava a cêrca

pr'acarinhar a Manhosa

ela gostava, se mexia, se empolgava,

dobrava a cabeça, não se amedrontava.

Manhosa tinha ciúme

não gostava de gente estranha

batia chifre, raspava pata,

corria atrás sem artimanha.

Manhosa era gulosa,

brejeira e de muita denguice

ficou no sonho da gente

brinquedo de criancice.

BH/MG - 06.01.2007

06- Ô VAQUINHA DANADA...

Zealberto

Essa vaquinha mimosa

que vinha comer na mão

conheci pequenininha

num distante São João,

queria pular fogueira

bonita, toda faceira,

com um bezerro mamão.

Dançou forró pé-de-serra

comeu muito milho assado,

um dúzia de pamonhas,

e amendoim torrado,

meia-noite foi embora

depois de ter dado o fora

no bezerrinho abestado.

Zealberto desde a Ponta Verde

de Maceió das Alagoas(06.01.2007)

07- A malhada, ah coitada!

Tere Penhabe

A malhada, ah coitada

sequer desconfia a pobre

seus dias estão contados

vai servir à plebe esnobe

em suculento churrasco

saboroso e mal passado

o prazer de todo homem.

De nada lhe adianta

a tal aftosa apresentar

tampouco lhe tem valia

de vaca-louca se pintar

vão comer de qualquer jeito

sendo pura ou com defeito

tenho pena desse olhar.

Eu até já ouvi dizer

que ela quer se deportar

vai morar lá nas Europas

em Paris, qualquer lugar

diz ela que os estrangeiros

não lhe comem o dia inteiro

pois gostam é de caviar.

Se calhar inda veremos

nossa vaquinha malhada

dando voltas lá no Louvre

ou sentada na calçada

tomando chop ou champanha

na França ou na Alemanha

com a gente do lugar.

Vai fazer muito sucesso

não duvidem meus senhores

mulatas do Sargentelli

vão perder e é de longe

nossa vaquinha é vedete

bonitinha mas não parece

todos vão se apaixonar.

Um fato eu não contesto

só não lhe garanto a sina

caso um fado aconteça

se a pobre dessa menina

deparar com concorrência

desleal na aparência

quando for pra lá galinha.

Que as galinhas também tem

suas agruras do Brasil

que quando assadas são boas

não na avenida, no grill

mas depois de degustadas

ainda são difamadas

pelo ovo que as pariu.

Com certeza minha gente

pra quem tem e pra quem pode

isso dá um bom cordel

ou uma dança de pagode

mas é fato consumado

pra muito breve acertado

quem quiser vai comer bode.

Santos, 06.01.2007

www.amoremversoeprosa.com

08- A vaca canadiana

Armando Sousa

A vaca canadiana, não tem toiro coitadinha

Mas se ela anda no cio

Não tem quem coce a sapinha

Moa moa coitadinha e mostra a sapinha inchada

Dando a conhecer ao dono que quer ser inseminada

Coitadinha da sapinha nunca sabe o que é prazer

Passa a sua vida a comer e a moger

Mas quando vê sua irmã

Salta para a cabalar

Mas coitadinha da irmã não tem nada para lhe dar

Assim passa a sua vida, coitadinha da vaquinha

A dar leite e dar à luz

Sem apanhar na sapinha

Depois leva uma choupada

Cai morta que nem um chasco

Parte dela fica amburgs

Outra vai parar ao churrasco

Ate a pele aproveitam, para solas de sapatos

Mas preparada com jeito

Fazem dela os melhores pratos

Armando.sousa@sympatico.ca

http://www.pequeninapoesias.com.br

09- AFTOSA

Diógenes Pereira de Araújo

A vaquinha Malhada, preocupada,

convocou todo o gado ao curral

a fim de transmitir ao pessoal

as últimas notícias da falada

Febre aftosa, o assunto nacional

Nem toda vaca estava interessada

Alguma até mostrou-se indignada

por perder seu cochilo vesperal

- "O assunto é sério, gente, é a aftosa..."

E discorreu com grande exatidão

sobre os focos de contaminação

dessa doença infecto-contagiosa.

O gado, a ruminar o capim cru,

mugia e apoiava: "Muuu. Muuu. Muuu."

diogenes@poemanet.com

10- BOI

Pilar Casagrande

Morto, é música em que revives,

Clamor em que te transfiguras!

És acorde entre o pastoreio no som

Dos pífaros dos chifres arrancados.

És nota sonora que a tua pele

Harmoniza sob as cordas do banjo.

A tua pele alisada, tensa, esticada,

Quando ferida ou tangida,

Responde em rebôo,

O clamor da tua memória,

Pela rufada dos tambores,

Pelo ruído dos pandeiros,

Entre os requebros do samba

Ao estridor dos bumbos retumbantes.

Em toda essa ressonância,

Vestígio estrepitante de teu ser

Esquartejado, revives!

Porque o rufo dos tambores,

O ressoar dos tamborins,

O soalhar dos pandeiros,

Lembram o choque das patas

Sobre o chão esborcinado,

O atrito dos cascos no galope

Relembram o tropel

No estouro da boiada!...

11- VACA SAGRADA

©VICTORIA LUCIA ARISTIZABAL©

Quién pudiera ser vaca sagrada

paciendo en un solar enamorada

quién pudiera tocarme con cariño

que no hay comida para tanto aliño

Sentir un par de manos delicadas

acariciando mis ubres de mañana

y ser con frecuencia inseminada

por un toro de estampa bien galana

Mover mi cola coqueta con el rabo

mientras le pico arrastre al toro bravo

para que no me diga que es un impotente

Que seamos de una vez esas valientes

que asustan con el virus de las vacas locas

o con las tetas repletas de aguardiente

BOGOTA COLOMBIA

ENERO 10 DE 2006

12- A Vaquinha Pretinha

Avany Morais

Tinha um pelo brilhoso

a bela vaca pretinha.

Todo dia à tardinha, ela vinha,

com o seu andar manhoso...

E com seu jeitinho dengoso,

nem parecia uma vaquinha.

Mais parecia um cãozinho,

destes de estimação,

de tão mansinha que era.

As crianças a enfeitava

com florzinhas amarelas.

A vaquinha, nem piscava.

Era muito deslumbrante

ver aquela cena engraçada,

a pobre vaca, coitada...

De flores e folhas enfeitada!

Mas, a vaquinha inocente,

parecia tão contente!

Na cabeça uma coroa,

com flores a enfeitava...

No pescoço as folhas verdes

a vaquinha ornamentava,

como se fosse um colar.

Tão bonita ela ficava!

Quando com ela falávamos,

olhava-nos tão atenciosa,

com um olhar de alegria!

Parecia que sorria!

Eita vaquinha manhosa,

era essa nossa pretinha!

Que saudade agora sinto,

daquele tempo tão lindo,

que no passado ficou!

Eu era feliz e nem sabia!

Mas, depois de tanta agonia,

foi que aprendi a dar valor.

Curitiba-Pr

23h00min

10.01.2007

13- Tordilha

Marília Mattos

A vaquinha tordilha

Descendente de gado Charles de quem é filha.

Filha com pedigree e medalha,

Adquirida na Exposição de Esteio

Quando foi premiada com uma linda medalha.

Desfilou toda prepotente,

Garbosa imponente

Cabeça altiva e orelhas para frente.

Parecia ser gente.

Passo Fundo- RS

14- Vaquinha

Muuuuu ou hunnn

Isabel Andrade

Esta de fazer

um poema de vaquinha

só de ti podia vir

mais com este tema

do mu mu.

eu delirei.

Há vacas e vaquinhas

há, as que dão de mamar

e as que gostam de mamar

depende da idade

da mesma vaquinha.

Há as castanhas e as malhadas

Nem todas fazem muuuuuu

algumas fazem hunnnnnn

porque o pasto as regala

e de ervinhas verdes

elas se alimentam

saboreiam e deliciam

Agora não sei bem

de que vaquinhas queres falar

nesta tua ciranda

mas o que é certo

é que vamos cirandar.

15- MiMI

Sandra Mamede

Mimi é uma vaquinha

muito linda, bonitinha

todos os bois do curral

adoram dar uma olhadinha

Mas Mimi é decidida

e não dá bola pra ninguém

espera o seu boi amado

pra transformar no seu "bem".

No curral há uma peleja

pelo amor de MImi

mas ela não dá nem bola

e não tá nem aí

Espera pelo seu príncipe

que um dia vai aparecer

e ela muito feliz

seu amor vai oferecer

Enquanto não aparece

o sei boi muito encantado

ela desfila faceira

entre o curral e o cerrado

Ela é uma vaquinha

de não se botar defeito

inteligente e bonita

todos gostam do seu jeito

O seu MUUUU é delicado

o seu corpo definido

suas tetas sensuais

balança o rabo bem lindo

Assim ela vai levando

no curral sua vidinha

enquanto não chega seu príncipe

vai continuar sozinha.

16- A VAQUINHA MALHADINHA

Mário Osny Rosa

Quando vinha da rocinha

Muito trato logo trazia.

Para dar a minha vaquinha

Que o leite produzia.

No café da manhã

Com apojo da vaquinha.

Preparado pela mamãe

O leite tia natinha.

Logo bem cedinho

Na porta da estrebaria.

Escutava o seu berrinho

Era o trato que ela pedia.

Que leitinho mais gostoso

Era mesmo bem quentinho.

Que café mais saboroso

Com o leite da vaquinha.

São José/SC 10 de janeiro de 2.007.

morja@intergate.com.br

www.mario.poetasadvogados.com.br

17- Vaquinha Mimosa ou Manhosa

Lúcio Reis

Além de cultuar poesia

Você também canta para freguesia

De noite e de dia

Para vender leite e coalhada

De sua vaquinha malhada

Mas não faça isso com o trigueiro

Importando sêmen do estrangeiro

Você já imaginou o coitado do bichinho

Cabisbaixo com o peso de mais um chifrinho

E muito leite e coalhada precisará vender

Para conta do analista poder vencer

Pois o trigueiro com complexo de chifrudo

A várias consultas precisará comparecer

E o pior é se não convencer

O bichinho se sentir além de chifrudo também orelhudo

Acho ser a rês de sua estimação

Da fazenda o orgulho da criação

Não desanime o tourão

Deixe com ele o titulo de reprodutor e garanhão

Quem sabe a mimosa fique decepcionada

Mas ao pari de reprodutor de outra manada

Congelado e para cá matéria prima importada

Resolva adquirir dupla nacionalidade

Pois deu cria de estrangeira paternidade

Fica você sem o touro trigueiro

Que desgostoso muda-se para outro curral

E sua linda vaquinha vai mugir em outro quintal

Belém do Pará

11/01/07

18- A Vaquinha

Ana Maria Marya

Arrerebí o imeio

qui vancê mi mandou,

prá falar di uma vaquinha,

qui é todo meu amô,

quí é toda uma lindeza.

Apois...

Essa vaquinha preta i branca,

é di arta nobreza,

mi custou os zóios da cára,

e ié uma belezura holandeza.

Essa bixinha é mancinha,

qui pareci criancinha,

as vêis de quano em quano,

me móia todo pela manhã.

É quano vou tirar leitinhu,

i qui amarru divagarzinhu

seu bizerrinhu em seu pézinhu.

Ela sorta água di ondi num deve.

Dou um pulo prá trás,

E mi aperreio zangado.

Ispero a água pará,

e daí num instantinhu

cumeço o leite a tirá.

Prá modi mió vendê,

tomu cuidado cum leite,

pois é muito ruim

leite cum gostu de azeite.

Adispois eu sortu a holandeza

Prá pastá um bom capim.

Tem feno tem ração,

tem tudo qui num ié prá mim.

Sô bom di coração.

É assim qui ieu tratu,

a minha vaquinha holandeza,

bunita cuma ela só,

e dá leite qui é uma riqueza.

Êi! Êi! Seu Linhaça vosmiçê qué cumprá?

Ai moço... vendu naum.

Num há dinheiru qui possa pagá.

Ieu amo minha vaquinha,

cumpra otra nas banda di lá.

11/01/2007

Ita/Ba/Brasil

19- A VAQUINHA LOUCA

Antonio Cícero da Silva

Possui uma vaquinha

Conhecida como louca

Era muito nervosinha

Desfechando chifradas, era afoita.

A vaquinha louca

Quando queria era bondosa

Escondia-se entre as moitas

Tornava-se muito dengosa.

Era uma vaquinha

Excelente procriadora

E lá na fazendinha

Era também boa assessora.

Mas quando estava nervosa

Ninguém a segurava

Tornava-se perigosa

Mas a ela, eu sempre domava.

http://antoniocicerodasilva.blog.terra.com.br