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Participação Na Ciranda


Jogando Fora As Tralhas


da Poetisa Celene Almeida.


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Travesseiro de Macela


Revirei todas as gavetas,
Desfiz-me do imprestável.
Tirei a poeira e o mofo,
Dei boas vindas ao novo. 

Abri todas as janelas,
Para entrar a esperança.
Gostei da casa arejada,
Senti-me como criança.

Tirei as roupas de cama,
Brancas, foscas, indiferentes.
Removi todas as cortinas,
Coloquei cores na vida.

Descartei o removedor,
O odor de limpeza austera.
Perfumei a minha casa,
Com aroma da primavera.

Nas gavetas renovadas,
Coloquei sachê de flores.
A vida aromatizada,
Pediu-me gosto e cores.

Dispensei as persianas,
Aprendi a ver o céu.
A conversar com estrelas,
A viajar em um carrossel.

No leito roupas vibrantes,
Lençóis bons de se tocar.
Travesseiros de macela,
Luz, aromas , cor e velas.

Entre as flores e as cores,
Acordei para a realidade.
Risquei do meu dicionário,
Desamor, tristeza, saudade! 


(Ana Stoppa, reedição)


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Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 30/12/2011
Reeditado em 30/12/2011
Código do texto: T3414164
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