O xote do beijo.
Entrei no forró disposto a vê-la, feito um cão que
Fareja sua presa.
A capivara é arisca e talvez seria preciso um laço forte.
Fiquei ao sabor do balanço do ritmo pulsante do baixo
Elétrico e com a marcação do zabumba.
Meu coração disparou envolvido pelo compasso acelerado
e frenético da música.
A expectativa do encontro me tomou por completo.
O último olhar dela teve endereço certo, ficou na minha
Memória a semana toda.
Queria encontrá-la e atirar-me em seus braços.
Vem, Vem, Vem para o indócil caboclo violeiro disposto
A cantar versos intermináveis para a sua pretendida.
Encosta sua boca com sabor de calda de cereja gelada na minha
E vamos saborear um gostoso sorvete.
O caboclo teve a sorte de não esperar muito, deparou-se com a donzela que tanto almejava, que vestia um vestido rodado cheio de gomos, parecendo ter vida própria no momento da rodada de boas vindas.
No cabelo, pousava uma linda flor que ficava entre os muitos cachos brilhantes cheirando a jasmim, que causava em mim, um grande poder de atração.
O caboclo sonhador estava em estado de torpeza delirante, mudo diante de tanta emoção; deu um suspiro de felicidade chegando nas nuvens e engrenou uma segurada em uma das mãos de sua amada que imediatamente sentiu aquela sensação indescritível de conforto.
A noite se tornou suave, respiração branda e linguagem fluindo como
Bruma ao vento; beijos, muitos beijos, carícias e afagos seguidos de abraços tenros , envolvera-nos por toda à noite adentro até ao raiar do dia, sendo despertado com cantos dos pássaros no calor do verão que se avizinhava, banhado pelo som salpicado
Das ondas quebrando a beira mar.