TEMPESTADE - (Cida Moura)
Atrás das nuvens espessas
os dias fingem harmonia!
atrás das inquietações...
as noites se perdem insone...
raiando o sol sustentando só aparências.
na maresia tudo parece calmo.
lumiando a lua caem por raios as máscaras.
demasiado contraste impera agonia.
Viver assim, aceitando tudo
deixando se levar na correnteza.
sem lutar, destruindo a beleza.
mutilando os lampejos da alegria
sem esperança de uma saída,
cujo significado da vida escapou
levando o desejo de viver.
mas viver é preciso!
Deixar então... vir os raios e trovões!
sair de si mesmo,
se embrenhar no vento
brigar de igual para igual
nessa luta não haverá derrotado.
das faíscas, a claridade incendeia
os ânimos feridos...
após a tempestade,
irromperá novo discernimento.