FERNANDO PESSOA - Um génio da literatura Portuguesa

FERNANDO (António Nogueira) PESSOA
Fernando Pessoa nasceu em Lisboa, a 13 de Junho de 1888 e faleceu , nesta cidade, a 30 de Novembro de 1935.
Escritor e poeta, profundamente introvertido, embora não possamos excluir de si um outro lado extroverso, deixou explicito nas suas obras um misto de inquietude cerebral, inibição, estados complicados de alma e uma constante procura duma verdade impossível de descobrir, o que, muito provavelmente, no seu todo, gerou um conjunto de situações que o levaram a sentir um tal medo da morte que, por si só, poderei admitir tratar-se já duma forma de loucura.
Havia na alma de Fernando Pessoa um génio, atrever-me-ia a defini-lo um tanto ou quanto narcizista, mas de tal forma grandioso que é enorme o número de pessoas, mesmo a nível internacional, que procura, através da leitura do que escreveu, uma resposta para as interrogações que deixa, em quem lê a sua biografia. Permanecerá sempre no leitor interessado na sua obra, uma enorme curiosidade em perceber melhor o ser humano que habitava nele, em realidade, já que alguma dose de exibicionismo e um certo histrionismo, demonstrado por vezes numa percetível passividade, não estaria de acordo com a sua inteligência lúcida, embora subtil. Pergunto muitas vezes, a mim própria, se não teria sido esse seu espírito, profundamente conturbado, que lhe deu um cunho de alguma forma misterioso que nos faz buscar, no legado que nos deixou, as respostas que referi, para essas mesmas interrogações àcerca deste homem das letras de personalidade tão complexa.

Maria Letra

Deixo aqui o convite, aos admiradores de Fernando Pessoa, para que escrevam algo do que sabem sobre este escritor, para que possamos compreender melhor a trajetória da sua vida e para que admiremos, cada vez mais, a grandeza da sua obra.

AUTOPSICOGRAFIA

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.

Fernando Pessoa

A minha resposta ao poeta, teria sido esta:


Essa dor que descreveste
- que finjo sentir em mim -
faz parte do fingimento,
de um fingir que não tem fim.
 
Finge o leitor que me lê,
sentir a dor que eu não tenho,
e finge aquele que não crê
neste fingir muito estranho.
 
E nesse grande fingir,
a este meu coração
dou à tal corda, a sentir,
que tu até tens razão.
 
Maria Letra
2011-03-09


09/03/2011 15:38
Autor:
Moisés Cklein
 
Maria Bota Pessoa na letra
Versa a confusa inteligência Pessoana
No mais talentoso fingir
Claro ser Pessoa como Fernando assim fez
Quem me dera não ler-te e também não fingir
Sairia de cena mil vezes dentro de mim
Para marianamente letrar Pessoa em ti
Finjo tão sem graça,
Que não te atinjo
Vivo do que leio sem entender
Isto é a minha melhor parte
E só escrevo o que finjo
Isto é Arte
 
09/03/2011 17:02
Autora:
Silvia Regina Costa Lima
 
Meu ser é estranho ... complexo,
plenamente louco e perturbador,
sou eu e também o meu reflexo,
poeta mergulhado dentro da dor.
 
meu lirismo corre em meu plexo,
a audácia brota como intensa flor,
e se voo em rumo reto ou convexo,

encho os meus versos de pura cor!
 

A minha alma sofre breves embaraços
trilhando o seu caminho especial:
meio luz meio sombra, e aos pedaços.
 

Ahh! E assim a personalidade se desdobra,
leve ou profunda...múltipla...plural,
arrastando-me com ela em sua densa obra!
 
 
09/03/2011 18:12
Autor:
Mario Roberto Guimarães
 

Se finge a dor, o poeta,
Nem de todo é fingimento,
Posto que a alma canta
Algo que o desencanta
E expressa um sentimento
Que, nessa dor, se completa.
 
 
 
09/03/2011 23:56
Autora:
MVA
 
Bom que o poeta é fingido
pois que as tristeza que sente
torna-o mui favorecido
nunca contraproducente.
 
Sabe bem que os que o lêem
procuram nele consolo
e, mesmo que dessa água bebam,
Sabe bem que não há dolo.
 
O poeta é fingidor?
De fingido nada tem
Ele conta d'uma dor
que faz a todos refém.
 
10/03/2011 00:59
Autora:
ANJA PERALTA
 
Fosse só fingir o intento
Sem verdade a face exposta.
Palavras seriam vento
E a arte, do nada a crosta.
Nem tampouco é cristalino
O espelho que a dor reflita
Mesmo que em ais o estribilho
Metade seria fita.
 
Outra metade porém
Fica a cargo do leitor
Saber se é dor porém
Ou coisa de um fingidor.
 
 
10/03/2011 06:30
Autora:
Cicera Luisa Alves
Finge o Poeta
Uma dor que deveras não sente
Uma alegria revestida de uma dor inclemente
Um amor e uma saudade
Jamais sentidas
Mas, os amores
Assim como as dores
Não são aparentes.
 
10/03/2011 10:11
Autora:
Maria Jose
 
Essa dor que deveras finjo
e finjo completamente
fingido porque é dor
é a dor, que deveras sinto.
Fingido também, é o meu leitor
que finge, a mesma dor que sinto
dor fingida, simplesmente por amor
dor essa, que na verdade, não minto.
fingi entreter a razão
e as cordas do coração afinar
arrastou-me a emoção
foi assim que aprendi a amar.
 
10/03/2011 14:
Autora: 
Ana Marly de Oliveira Jacobino
Sou mesmo um fingidor
Tenho um sangue ardente
Paixão deste admirador
Admirador subserviente.
 
Leio tudo, o que escreves
Sabes poetar como ninguém
Versos nem um pouco leves
Mas, que fazes tão bem.
 
 Amarras, o sentir feito corda
Sufoca nesta doída aflição
ira o viver na louca roda
Abraça assim este coração.
 
10/03/2011
Aurora: Kunti

O coração é o causador

O coração é o causador,
do sofrimento do poeta,
pelas palavras expressa,
seu sentir inspirador.

Brinca com as letras,
como uma criança com seu brinquedo,
o que ele sente por dentro,
em seu poetar  é desnudado seu segredo.

Pode as vezes fingir como também revelar,
na verdade ele é um perfeito sonhador,
embalado  pela alegria ou a dor.

10/03/2011 18:10

Autor: 
BRIDON
 
O teu sofrer, ó poeta
Não é algo desconhecido
Pois os que navegam nos versos
Tem sempre algo escondido.
 
10/03/2011 20:06
Aurora:
Valrita
 
Finge o poeta, chorando suas dores...
Mas, será essa dor,
tão sómente a dor do amor?!
Há tantas outras dores,
que ferem a alma do poeta...
Só quem lê com o coração,
pode compreender a dor,
que o poeta expressa...
 
10/03/2011 22:15
Autora -
Prema

SE FINGE O POETA..NÃO SEI
TALVEZ ATÉ NÃO FINJA
TALVEZ SEJA UM CORAÇÃO SOLITÁRIO..
QUE ESTÁ CANSADO..
DE SER MALTRATADO
QUERENDO APENAS ATENÇÃO
SER AMADO!!!
 
10/03/2011 10:42
Autor: Edson dos Santos
 
FERNANDO PESSOA

Fez-me viver o eterno amor
E em virtude de tanto amar
Resolvi nunca conhecer a dor
Na lida desse meu caminhar

Andei criando meus sonhos
No mundo que eu mesmo criei
Dos versos um tanto risonhos
O horizonte infinito eu pintei

Pensando num mundo bonito
Esgotei-me nesse meu sonhar
Soube meus sentimentos domar

Sobre as linhas do meu infinito
O poeta que me fez por aflito
A inesquecível historia a contar

 
FERNANDO PESSOA

Fez-me viver o eterno amor
E em virtude de tanto amar
Resolvi nunca conhecer a dor
Na lida desse meu caminhar
Andei criando meus sonhos
No mundo que eu mesmo criei
Dos versos um tanto risonhos
O horizonte infinito eu pintei

Pensando num mundo bonito
Esgotei-me nesse meu sonhar
Soube meus sentimentos domar
Sobre as linhas do meu infinito
O poeta que me fez por aflito
A inesquecível historia a contar


10/03/2011
Autor: Fernando Pessoa
Enviados por: Adel


TRISTE BELO POEMA DE FERNANDO PESSOA
 
O CARRO DE PAU

O CARRO DE PAU QUE BEBÉ DEIXOU...
BEBÉ JÁ MORREU, O CARRO FICOU...

O CARRO DE PAU TOMBADO DE LADO...
DEPOIS DO ENTERRO FOI ASSIM ACHADO...

GUARDARAM O CARRO,GUARDARAM BEBÉ...
A VIDA E OS BRINQUEDOS---CADA UM É O QUE É...

ESTÁ O CARRO GUARDADO...BEBÉ VAI ESQUECENDO...
A VIDA É P'RA QUEM CONTINUA VIVENDO...

E O CARRO DE PAU É UM CARRO QUE ESTÁ
GUARDADO NUM SÓTãO ONDE NADA HÁ...

A VIDA É A MESMA ESQUECIDA CURIOSA...
QUEM SABE SE O CARRO SENTE ALGUMA COUSA?


ABANDONADA
 
Inda fechadas estão
As janelas. Já é dia...
Meio dia. A escuridão
Tem sombras de claridade
De janela em cada vão.
 
O passo pára ao entrar
Nessa estranha soledada,
Tão perto e longe do dia.
De silêncio, não de frio,
A vaga sala está fria.
 
Há um vazio no ar
Cuja tristeza apavora;
E sem ver, ouvir, lembrar,
O pronto coração sente
Que no silêncio alguém chora
Lágrimas vãs a rolar
Dormente, caladamente,
Tristemente e devagar.

 
11/03/2011 01:52
Autor:
Shimon Goldwyn
 

FALANDO DE FERNANDO PESSOA
 
Quem sou eu para falar de Pessoa?
Apenas um pequeno homem que destoa
Que tenta ser poeta sem ser fingidor
Desfraldando palavras soltas ,sem dor
Mas que sabe,saídas do coração,que ecoa
Um poeta menor,que discorre sobre a vida
Mas sempre exaltando o seu grande amor
Quem me dera ser como o Grande Pessoa!
Estava agora eu a caminhar nas estrelas
Salpicando os céus de rimas em prosa e versos
Sendo Lembrado pelos casais enamorados
Tendo meus escritos espalhados pelo Universo!
 
 11/03/2011
Autora:
Ana Stoppa

O Fingir da Alegria
 
Inútil  tentativa amor banal.
 Ah...as dores do fingimento
Deixaram-me ao desalento
Amarga solidão descomunal.
 
Finjo  descartar amor casual
Atingiu-me  lanças  mortais
Enclausurada a alma ferida.
Sofre tragicamente   partida.
 
Busco o sorriso na face fria
Finjo desconhecer   nostalgia.
Minha alma finge ter alegria.
Finge o amor dor, melancolia.
 
Minha alma escreve versos
Rasga as feridas incontidas
Finge  integrar teu universo
Chora..., sofre  frio  reverso


11/03/2011 11:02
Autora: 
Maria Jose
 
BOM DIA MINHA QUERIDA!
É CARINHO COMO O SEU
QUE ME FAZ EXPRESSÃO
FOI ASSIM QUE O PESSOA NÃO MORREU
POIS VIVE EM NOSSO CORAÇÃO!

A título excepcional e porque a participação o merece,
deixo hoje, ainda, a magnífica poesia que, a seguir,
publico.

17/03/2011
Autor: Luca Barbabianca


Se, quando sonho acordado,
passo por mim e tropeço,
eu me enrolo pelo avesso
qual par de meias usado.

E se a mim me fosse dado
recomeçar do começo,
nem sei se lembro ou esqueço
como é que é ser do outro lado.

Eu vou seguindo esse fado
que a cada dia contado
faz mais distante o regresso.

E com vergonha confesso
que após um tempo passado
nem sequer me reconheço.


MUITO OBRIGADA A TODOS, PELA VOSSA MAGNÍFICA PARTICIPAÇÃO NA MINHA CIRANDA AO NOSSO GRANDE ESCRITOR E POETA, FERNANDO PESSOA!


 


 
        

 
Maria Letra
Enviado por Maria Letra em 09/03/2011
Reeditado em 12/04/2016
Código do texto: T2837510
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