SEM MÁSCARAS
Um ser marcado, estigmatizado...
Cicatrizes que se avistam,
olhar que se esgueira,
de outros tantos que não percebem
as feridas impostas pelo tempo,
que avança com a fúria do vento...
Fins de uma conturbada era...
As rugas profundas que se afundam,
em marcas na fisionomia exposta,
são vestígios do cansaço de sempre
querer persistir.
Ora desejo desistir de me iludir...
Neste solar de mistérios profundos,
no limiar da angústia,
sou as cruzes do mundo
e minha esperança se esconde
nesta face mutilada, humilhada,
onde as palavras foram silenciadas
e os sentimentos jazem moribundos.
Efígie perfeita da imperfeição,
numa estrada onde a descabida ambição
talha a fogo e a ferro toda emoção.
Imagem carcomida e consumida
pelo estigma de uma existência sem coerência,
num amanhã que nunca amanhece
e os sonhos apodrecem.
Semblante que relata a solidão dos dias,
distorcidos momentos sem alento
na dor que purga qual fel,
nesta passagem fria e cruel.
Minh’alma sangra um carmim pisado
de tormentos matizados,
onde a dor jamais se dilui
e a luz nunca flui...
O que vês?...
Um ser enlutado, enrugado,
uma expressão que causa horror?
Não...
Sou o espelho sem máscara,
que exprime toda a expiação
deste mundo vil e enganador...
Onde a mão planta a guerra,
cultiva o ódio...
Destrói o amor,
na insanidade dos conflitos...
Do desencanto sou a agonia,
o lamento das perdidas orações
clamando por piedade.
Sob os retumbantes sons dos canhões,
sou O RETRATO DA HUMANIDADE...
2006
Um ser marcado, estigmatizado...
Cicatrizes que se avistam,
olhar que se esgueira,
de outros tantos que não percebem
as feridas impostas pelo tempo,
que avança com a fúria do vento...
Fins de uma conturbada era...
As rugas profundas que se afundam,
em marcas na fisionomia exposta,
são vestígios do cansaço de sempre
querer persistir.
Ora desejo desistir de me iludir...
Neste solar de mistérios profundos,
no limiar da angústia,
sou as cruzes do mundo
e minha esperança se esconde
nesta face mutilada, humilhada,
onde as palavras foram silenciadas
e os sentimentos jazem moribundos.
Efígie perfeita da imperfeição,
numa estrada onde a descabida ambição
talha a fogo e a ferro toda emoção.
Imagem carcomida e consumida
pelo estigma de uma existência sem coerência,
num amanhã que nunca amanhece
e os sonhos apodrecem.
Semblante que relata a solidão dos dias,
distorcidos momentos sem alento
na dor que purga qual fel,
nesta passagem fria e cruel.
Minh’alma sangra um carmim pisado
de tormentos matizados,
onde a dor jamais se dilui
e a luz nunca flui...
O que vês?...
Um ser enlutado, enrugado,
uma expressão que causa horror?
Não...
Sou o espelho sem máscara,
que exprime toda a expiação
deste mundo vil e enganador...
Onde a mão planta a guerra,
cultiva o ódio...
Destrói o amor,
na insanidade dos conflitos...
Do desencanto sou a agonia,
o lamento das perdidas orações
clamando por piedade.
Sob os retumbantes sons dos canhões,
sou O RETRATO DA HUMANIDADE...
2006