ÓCIO DE AMOR
 
Pensamentos perdidos,
vagando indefinidos
para além da realidade...
 
Águas paradas, marasmos.
Da vida, o desamor.
Emoções estagnadas,
inércia infinita.
 
Lágrima dorida, ressentida,
emoções acuadas, silentes,
envoltas num manto opaco
que ocupa todo inerte espaço.
 
Vácuo que a tudo encobre,
adormece a esperança
e esmorece a fé.
 
Folha em branco...
Pena na mão, imóvel no ar...
Falta inspiração,
cor, tom e som.
 
Cansaço... Solidão...
Do inteiro, o nada...
Alma calada.
Vestígios nítidos do ócio de amor.
 
Descaso, saudades, sonhos dormentes.
Do verso o reverso
que se esparge em dor.
 
No coração do poeta em torpor,
calado lamento de agonia.
Ociosidade, falta inspiração
no olhar sem brilho,
corpo nu e frio,
sem as vestes da poesia.

 
30/06/2006
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 22/07/2006
Reeditado em 23/10/2009
Código do texto: T199690