MENTIRA

Inverdades tantas vezes repetidas
diante do espelho turvo da maldade,
ilusão momentânea da vida
reflexo desconexo
adejando desdita.

Com seu riso de hipocrisia
segue seu escuro caminho,
espalhando ao longo do mesmo,
doridos espinhos.

Neste viajar nuvioso,
machuca, desune e sangra
àqueles que agride.

Rupturas...
Desventuras...

Mas como tudo tem seu tempo
e a hora certa chega a contento,
um dia ela esbarra com a honestidade
e a honrosa dignidade;
retrocede diante da lealdade...

A consciência sempre consciente
a acusa severamente
e ela recua covardemente.

A verdade vem galopando,
as máscaras dos ledos enganos 
se revelando
e ao chão quebrando...

Aos que a ocultaram ou embairam,
só resta o silêncio do esquecimento,
a indiferença e a nefanda solidão
fria e doentia,
de quem pensou um dia
que a mentira sobrepujaria!


2006


Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 22/07/2006
Reeditado em 20/10/2009
Código do texto: T199529