ELDERLY

Espera um pouco

Vou velar o morto

Que ainda há pouco

Vivia e me fazia sonhar...

Espera pra que tanta pressa

Se ele esperou tanto

E se meus versos

Enxugarão seus prantos

Pois nunca irá

Provar

Do que nunca existirá...

Perdemos sem termos ganho

A vida é meritória

Minha jovem senhora

O passado é indelével

Não se deve questionar.

Aguarde um momento

Vou rever nosso morto

Velado na sala

Varado de mágoas

Farto de esperar!

Esperar? - a terra é pouca...

E as garras loucas

Querem soterrar...

Cerque! – cerquem os sete palmos

Pra ninguém grilar!

Não,

Não cerque o defunto

Chega de latifúndio

Abaixo as posses

Desejo-te boa sorte

E desculpe por qualquer coisa.

Não levo nada

Ninguém levará

“ a vida é o tema

A realidade molda o poema

E o poeta pari o verso

Amargo ou doce

Conforme a vida ensina á sua lira

E ele assina.”