Em Algum lugar do Passado
Em algum lugar do passado,
Um dia, nos encontrámos
Num laboratório assombrado,
Poeirento e deprimente.
Fui molécula, foste ião
Fomos átomo e paixão.
Em algum lugar do passado,
Fui alvo de experiência.
Separam-me de ti
- Pelo bem ou mal da ciência -
Com sulfatos, cloretos e sais
E outros ácidos tais.
Virei cáustica, efervescente,
Tal como certa gente,
Neste nosso mundo real!
Em algum lugar do passado
Roubaram-me o coração.
Por castigo e grave sentença,
Fui lançada, à nascença,
Nos braços da solidão!
Em algum lugar do passado,
Surgiste, como miragem,
Refração de minha imagem,
Um outro eu, que eras tu.
Fugimos de todas as regras
Teoremas e tratados.
Ficámos apaixonados!
Em algum lugar do passado
Sonhámos nosso futuro
E no encontro do presente,
De jeito muito imaturo,
Fizemos juras eternas,
Assumimos compromissos,
Vivemos em rebuliços
E por fim, estagnámos!
Mas, o passado nos persegue
E a molécula se desfez.
De nós, nada mais resta
A não ser pedaços de nada,
A não ser curta memória
De uma hipotética história.
Maldito tubo de ensaio
Que um dia nos reuniu.
Malditas sejam as mãos
Que sem devidos cuidados,
Nos lançou, estilhaçados,
No chão marmóreo e frio!
Em algum lugar do passado,
Alquimista quase louco,
Ia criando por pouco,
O gene do amor verdadeiro.
Mas faltou-lhe conhecimento
Sobre esse tal sentimento
Que move o mundo inteiro!
Em algum lugar do passado,
Um dia, nos encontrámos
Num laboratório assombrado,
Poeirento e deprimente.
Fui molécula, foste ião
Fomos átomo e paixão.
Em algum lugar do passado,
Fui alvo de experiência.
Separam-me de ti
- Pelo bem ou mal da ciência -
Com sulfatos, cloretos e sais
E outros ácidos tais.
Virei cáustica, efervescente,
Tal como certa gente,
Neste nosso mundo real!
Em algum lugar do passado
Roubaram-me o coração.
Por castigo e grave sentença,
Fui lançada, à nascença,
Nos braços da solidão!
Em algum lugar do passado,
Surgiste, como miragem,
Refração de minha imagem,
Um outro eu, que eras tu.
Fugimos de todas as regras
Teoremas e tratados.
Ficámos apaixonados!
Em algum lugar do passado
Sonhámos nosso futuro
E no encontro do presente,
De jeito muito imaturo,
Fizemos juras eternas,
Assumimos compromissos,
Vivemos em rebuliços
E por fim, estagnámos!
Mas, o passado nos persegue
E a molécula se desfez.
De nós, nada mais resta
A não ser pedaços de nada,
A não ser curta memória
De uma hipotética história.
Maldito tubo de ensaio
Que um dia nos reuniu.
Malditas sejam as mãos
Que sem devidos cuidados,
Nos lançou, estilhaçados,
No chão marmóreo e frio!
Em algum lugar do passado,
Alquimista quase louco,
Ia criando por pouco,
O gene do amor verdadeiro.
Mas faltou-lhe conhecimento
Sobre esse tal sentimento
Que move o mundo inteiro!